Valeu pelo pastel (Show)
Pensei que não ia conseguir pegar um bom lugar no show da banda Aqui Jazz Brasil por ter chegado às 19h40 no Sesc. A apresentação estava marcada para às 20h, mas logo vi que não teria grandes problemas, pois ela seria no palco em frente à lanchonete, espaço amplo e de fácil circulação. Para se ter uma idéia, quando faltavam apenas dois minutos para a hora marcada um espectador pôde, comendo vagarosamente seu sorvete de chocolate, se acomodar em um dos melhores lugares da platéia.
Pontualmente, os quatro músicos entraram no palco – o sorvete do espectador ainda não havia terminado -, se acomodaram em seus instrumentos e, sem dizer palavra, começaram a tocar.
Giant Steps? Aonde?
Pouca coisa agradou no show. A banda estava desconexa, quase não conversava com o público (a primeira fala se deu com 50min de música) e o som fraco e inexpressivo do sax tenor de Flávio Bala irrita

Aqui Jazz Brasil soa como um grupo de estudantes médios de música que se reuniram para tocar num estúdio pela primeira vez. Individualmente os instrumentistas não são maus, mas o som conjunto é precário. Em quase metade das músicas o grupo não conseguiu terminar junto, restando sempre alguém a fazer coro com o silêncio. Quem segurou a onda foi o tecladista Leandro Marx, executando alguns bons solos e levando honestamente os standarts das oito músicas que a banda tocou.
Outro grande problema foi a péssima regulagem do som. Muito estridente, ela fazia os instrumentos soarem como martelos, como se os músicos estivessem batendo nas cordas, teclas e caixas em vez de tocando-as.

A falta de boa regulagem, somada à ausência de sincronia do grupo – Flávio Bala estava substituindo André Calixto – realmente fizeram das músicas um sucessivo de standarts e solos quase sempre irreconhecíveis e mal executados. Um exemplo: eu só descobri que a quarta música do repertório era Giant Steps (de John Coltrane, um dos meus preferidos) ao ver o set list depois do show.
O público saiu do show, em sua maioria, com a sensação de que tinha acabado de assistir a uma banda honesta numa quarta à noite. Depois de sair do trabalho ou das piscinas do Sesc, convenhamos que este talvez não tenha sido o pior programa que poderiam ter ido. Para mim valeu. Valeu pelo gostoso pastel que comi antes da apresentação.
Custos:
Pastel – 1,80
Ônibus – 4,00 (ida e volta, lembrando que nas férias não dá pra colocar crédito no Bilhete Único)
Total – 5,80
Set List:
Green Dolphin
Triste
Watzin
Giant Steps
Amor em Paz
The Day of Wine
Lamento
Free
Nota: 3
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