8.12.06

Tom Zé (pocket show) – Fnac Pinheiros – 07/12/2006

Atingindo o alvo

Respeitado no Brasil e premiado mundo afora, Tom Zé é uma figura única no cenário musical. Sempre quebrando barreiras e impondo sua coragem e genialidade, não pode ser comparado com ninguém e nem rotulado. Uma garoa fina e irritante caia sobre São Paulo durante meu caminho até a Fnac Pinheiros. Porém, nem isso me desanimava, afinal a promessa era de um show inteligente, animado e divertido, assim como é aquela figura exótica e cativante que estaria lá para lançar seu cd “Disc-êh-sá”

Agora nomeado “Tão Zé”, entra no pequeno palco do Fórum da loja, vestindo trajes, no mínimo, curiosos. Tratam-se de uma mesa DJ simulada e algumas almofadas pretas ao redor. Ele desfila perto de nós, visando quebrar o gelo inicial e apresentar toda aquela parafernália em seu corpo. Então, acompanhado de um Dj com uma mesa grande e real para mixar os sons e fazer backing-vocals, a primeira música inicia. “Acum-Mahá” é o nome dela e este é exatamente o som proclamado pelos dois músicos em grande parte do tempo. Efeitos são misturados e acelerados, o que possibilita a estranha dança de Tom Zé, até que há uma quebra brusca no ritmo. Após o momento de calmaria, a parte anterior volta e encerra a canção. Sem letras geniais, apenas muito ritmo e efeitos. A coragem de Tom Zé em fazer mudanças e se reinventar estava clara mais uma vez.

No auge de seus 70 anos, o músico irreverente aparentava uma juventude nítida: dançava saltitante e tinha uma alegria nos olhos como se aquele fosse seu primeiro show na carreira. Seguiram-se explicações e piadas diversas. O porquê da ausência de palavras em todo o disco também se torna claro: toda a idéia do álbum surgiu com uma pesquisa feita entre os jovens e divulgada na Mtv. Tal levantamento indicava um grande desinteresse dos jovens por músicas longas e um egoísmo acima do normal. Pensando nisso ele trabalhou um conceito de fases e conflitos diversos, sempre tocando em outra idéia que lhe aflita: as suas origens africanas e mitológicas. Como afirmou: “A juventude é o meu alvo”


Após muito tempo de explicações, quase 10 minutos, o que interferiu ligeiramente no cansaço do público, ele voltou à mesma música para que agora pudéssemos entendê-la melhor. Houve mais declarações a respeito do mesmo assunto anterior e veio a música “Atchim”, em que Tom Zé pediu a participação do público em palmas e gritos. Foi neste momento então que todos mostraram o envolvimento e aprovação das novas idéias presentes nitidamente em todo o CD. A participação do DJ que colaborava com ele era essencial, com intervenções variadas e geniais. Após mímicas, gritos e muitas palmas, Tom pegou seu violão e voltou às letras: duas canções antigas foram tocadas em meio a mais algumas piadas para saudar antigos fãs que sorriam e cantavam eufóricos. Uma hora tinha passado levemente e a sessão de autógrafos, abraços e fotos começou, para presentear os merecedores acompanhantes daquela noite animada e irreverente em que Tom Zé, mais uma vez, mostrou força e coragem para alcançar um objetivo

Custos:

Transporte: R$ 4,60 (ônibus ida e volta)

Nota – 9,5

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Alan!

Tudo bem??
É uma pena eu não ter ido neste show!

Gosto muito do Tom Zé ou Tão Zé!

E gostei muito do seu blog, muito informativo!

Qdo acontecer eventos do tipo e vc souber antes, e se não for te incomodar, me avisa:

ronalldds@yahoo.com (sem o .br)

Abraços!