19.1.17

A SAGA DE DIRETORAS NEGRAS


Uma mostra bem importante acontece no Sesc Belenzinho entre  dias 20 e 22 de janeiro. Ela reúne oito filmes produzidos por diretoras negras. E com eles estão as incríveis histórias dos obstáculos que essas mulheres tiveram que transpor para finalizar suas produções.

Com o título de “A magia da mulher negra” e curadoria de Kênia Freitas, a seleção de filmes traz  quatro curtas e quatro média/longa-metragens de realizadoras negras de nacionalidade diversas, focando na produção brasileira e internacional recente.

No dia 20  serão exibidos  dois filmes de temática feminina:  Cores e Botas que conta a história de Joana, uma menina negra dos anos 1980 que sonha ser uma das Paquitas do programa da Xuxa. Em seguida, o longa Pariah narra a saga de uma adolescente lésbica do Bronx que entra em conflito de identidade e inicia uma busca desesperada por afirmação sexual.

O documentário Caixa d´Água: Qui-lombo é Esse? (20/01) reúne depoimentos de antigos moradores do bairro Getúlio Vargas, localizado em Aracaju, e seus costumes quilombolas herdados dos antigos escravos. Logo depois, outro documentário intitulado Família Alcântara mostra a resistência de uma família cujas origens remetem à bacia do Rio Congo e a preservação de suas raízes durante séculos de tradição oral, práticas e costumes tradicionais.
A produção O Dia de Jerusa (21/01) traz memórias de uma moradora do bairro paulistano do Bexiga durante sua conversa em uma visita repentina. Depois, Amor Maldito, primeiro longa dirigido por uma mulher negra e retrata a relação entre Fernanda e Sueli. No mesmo dia acontece o bate-papo: A Magia da Mulher Negra, com cineastas de três gerações que têm filmes em exibição na mostra: Adélia Sampaio, Lilian Solá Santiago e Viviane Ferreira. A mesa de debate será mediada por  Kênia Freitas, e o tema será a criação feminina negra no cinema em seus aspectos políticos e estéticos.

No último dia , 22 de janeiro, Afronauts, inspirado em fatos reais, mostra a luta da Academia Espacial de Zâmbia, que espera chegar à lua antes da missão Apollo 11. Logo após, A Noite da Verdade,  o acordo de paz entre dois grupos étnicos de um país africano fictício.

A programação A magia da mulher negra  faz parte da mostra Motumbá - Memórias e Existências Negras que integra diversas linguagens artísticas e ações culturais para apresentar um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros ou periféricos.


Todo o evento tem entrada gratuita. Veja os trailers de alguns dos filmes.

13.1.17

UMA VERSÃO TURBINADA DA RÁDIO NOVELA!

Você  coloca o fone do celular no ouvido e fecha os olhos. Ai começa a emoção,  o áudio binaural recria a sensação de tridimensionalidade do espaço e o efeito é retumbante: o ouvinte percebe as cenas com profundidade sonora realista, como se ele estivesse  participando da trama. Os sons são reproduzidos de forma idêntica à captação pelo ouvido humano.

Pois é.  No próximo dia 31, terça-feira, às 19h, será o lançamento oficial do aplicativo  O Enigma Voynich, um seriado cuja proposta é levar a dramaturgia do palco para os celulares.

O aplicativo é gratuito e levará o audioespectador a participar de um roteiro cheio de ação e suspense  onde o personagem principal, um historiador especialista no manuscrito Voynich -livro misterioso- , se envolve em um detetivesco enredo. A história se passa ao longo de 32 anos da vida do personagem (de 1983 a 2015).

A ExCompanhia de Teatro, fundada e dirigida por Bernardo Galegale e Gustavo  Vaz, é responsável pelo criação do aplicativo e fará seu lançamento pela internet, na sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo, com apresentação e demonstração do projeto, bem como conversa informal com o público.

Logo após o evento, o aplicativo - compatível com os sistemas iOS e Android - será disponibilizado para maiores de 16 anos. O Enigma Voynich mistura narrativa ficcional, grafite digital e áudio 3D.

Mas há ainda outras novidades.  Para acompanhar alguns episódios da serie é preciso ir pessoalmente a alguns locais indicados como a biblioteca Mário de Andrade, a Sérgio Milliet (no CCSP) e a Viriato Correia, só assim  as cenas poderão ser acessadas. Nesse caso, o aplicativo usa uma ferramenta de geolocalização para desbloquear os episódios, automaticamente.

O Enigma Voynich promete sensações quase reais como ser atingido por socos, tiros, cenas de amor, ser submetido a uma cirurgia, sofrer a ameaça de cães raivosos.

E tem mais.  O primeiro contato com O Enigma Voynich é visual, a partir de desenhos em grafite digital que situam o local onde a ação transcorre e mostram a posição em que a cena deve ser escutada – de pé, sentado, deitado.  Esses desenhos foram criados especialmente para o projeto pelo artista visual Achiles Luciano.

O projeto propõe discussão sobre a excessiva transferência da memória humana para o universo digital, a partir de um constante registro de experiências diárias em vídeos e fotos, diminuindo a vivência da própria experiência enquanto ela acontece. Além disso, o formato da obra propõe a divisão da ideia do audiovisual em duas partes para que o público, por conta própria, una som e imagem usando a imaginação.


Eu vou! Quero só ver, ou melhor ouvir,  a novidade! O evento é gratuito