11.10.20

CURTINHOS, LEVES E ENCANTADORES DUOS DE BÉLA BARTÓK

  

O duo A canção de combinar pessoas não chega a ter um minuto de duração mas carrega em si a riqueza de mais de uma década de pesquisa do compositor húngaro Béla Bartók. Assim como ele, outros 26 duos para violino, também de Bartók, agora fazem parte da programação Arte Presente no Theatro Municipal de São Paulo. Sob o título de Círculo Bartók acaba de ser lançada uma série de três vídeos que podem ser acessados gratuitamente.


As 26 peças, com cerca de um minuto cada, escolhidas da obra "44 duos para dois violinos", foram executadas por músicos da Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo. São composições eruditas que revelam a beleza de melodias populares e pontuam o grandioso trabalho de pesquisa realizado por Bartok, considerado um dos mais importantes compositores do século 20. 


A pesquisa de campo de Bartók foi determinante não apenas para a trajetória musical e para a obra dele mas para História da Música. Os métodos usados pelo compositor húngaro foram tão importantes que estabeleceram as bases da chamada etnomusicologia moderna. 


Numa Hungria subjugada pela Áustria, Bartók, aos 24 anos, juntamente com o amigo e compositor Zoltán Kodály, iniciou viagens ao interior da Hungria em busca de uma riqueza musical que ele sabia existir mas que não se ouvia nos centros urbanos. 

 

Bartók acreditava que iria encontrar a verdadeira música húngara em aldeias do interior, entre os camponeses e suas antigas canções. 


As viagens nem sempre foram tranquilas. Ele  enfrentava estradas precárias e perigosas para alcançar lugarejos de difícil acesso, dormia em locais inóspitos, no chão, na palha, por vezes dividindo um quarto com toda uma família.  


O que não o impediu de ir adiante. Depois de cobrir a Hungria, o compositor estendeu a pesquisa a outras culturas, percorreu aldeias da Europa Central chegando até norte da África e parte da Ásia


A saída do circuito da Hungria lhe rendeu severas críticas mas sobre isso Bartók foi categórico: o compromisso do compositor não estava com o sentimento estreito de nacionalismo e sim com a Música. Ele sabia que era preciso banhar-se de diferentes gêneros e etnias para que a Música pudesse evoluir, avançar. Nas próprias palavras dele: “O pesquisador deve esforçar-se para esquecer todo sentimento nacional” e “querer se preservar de influências estrangeiras é retroceder”.  



Assim, Bartók não apenas trouxe à luz o que de melhor havia nas canções camponesas da Hungria e de outras regiões mas usou os elementos melódicos e harmônicos para construir a modernidade que tanto desejava na música erudita, incluindo a quebra dos padrões vigentes já saturados. 


O resultado da pesquisa foi impressionante, em 10 anos, com o auxílio de um fonógrafo, ele registrou, transcreveu, catalogou e classificou mais de 10 mil canções.


Os três vídeos apresentados lindamente pelos violinistas da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo trazem peças encantadoras em que é possível reconhecer o gigantesco trabalho de pesquisa de Béla Bartók.


Aproveitem!!!!






7.6.20

A ARTE ESTA LIVRE AGORA




Uma das coisas que me impressiona nesses tempos sombrios de pandemia é o fato de termos nos entregado, sem qualquer pudor ou constrangimento, ao paradoxo. Estamos vivendo o paradoxo em estado absoluto, em toda a sua plenitude. Sentimentos e ações chegam sem aquele intervalo de tempo e de reflexão em que podemos pender feito uma balança “ora penso num lado, ora penso no outro” ou “ora faço de um jeito e ora faço de outro”. Não. Estamos vivendo os lados ao mesmo tempo todo o tempo, sem nos darmos conta das escolhas ou da coerência. Esse viver tudo assim de supetão trouxe também a sensação de euforia, de liberdade.

Vi, nos primeiros dias de confinamento, pessoas que antes se colocavam discretas ao cumprir tarefas de serviços públicos e mesmo as que perambulavam nas calçadas de cabeça baixa esforçando-se para parecer invisíveis agora soltavam a voz pelas ruas em conversas corriqueiras, falando alto, se apropriando do espaço como que encantadas em escutar a própria voz, vivas, quase alegres, mesmo sob pressão iminente da morte. Nesses primeiros dias, fiquei da varanda, também encantada e temerosa, a olhar todas essas ressurgidas pessoas, o mais que eu podia.


O confinamento, por sua vez, e todo o seu conceito de aprisionamento veio com o desejo secreto, um prazer quase orgástico por poder parar. Um desejo que se arrastava pela existência, totalmente inconfessável e considerado imoral, à margem, ainda mais quando confrontado com um sistema econômico monstruoso, dilapidador de existências. Um desejo que foi apaziguado por essa reclusão compulsória e que aqueceu a alma.


Ao mesmo tempo que as artes vêm sofrendo um massacre, espremidas até o toco por forças completamente opressivas que imaginam destruí-las, elas nunca foram tão requisitadas. Aqueles que estão isolados em suas casas as sorvem como o ar para que possam se preencher de sanidade e sentido. E elas, as artes, se multiplicam exponencialmente em suas mais variadas expressões. Música, artes visuais, literatura, dança, teatro.... escancaram as portas de acesso e se replicam em palestras, cursos, lives, shows e encontros nas redes sociais, na web. E, por fim, saem às varandas e ruas. Sim, artistas por sobrevivência e muito amor se arriscam nas ruas e, claro, são muito aplaudidos. Sim, pode haver liberdade em meio a esse caleidoscópio gigante em que foi transformado o mundo (e de um jeito que nem dá pra pensar em fugir) e cujos movimentos nos assustam a cada segundo.


O que nos espera agora que não há mais o conforto das certezas? Elas ao que parece partiram. Não sabemos. Não há respostas. Podemos apenas e talvez nos preencher de beleza. Podemos apenas e talvez assistir um bom filme, ler um ótimo livro. Podemos apenas e talvez nos apoderarmos de nós mesmos. Podemos apenas e talvez olhar para o outro, confortá-lo, defendê-lo e acolher a ideia de que somos sim corresponsáveis pelo bem estar dele. Despertar amanhã também já parece um bom plano.


19.1.17

A SAGA DE DIRETORAS NEGRAS


Uma mostra bem importante acontece no Sesc Belenzinho entre  dias 20 e 22 de janeiro. Ela reúne oito filmes produzidos por diretoras negras. E com eles estão as incríveis histórias dos obstáculos que essas mulheres tiveram que transpor para finalizar suas produções.

Com o título de “A magia da mulher negra” e curadoria de Kênia Freitas, a seleção de filmes traz  quatro curtas e quatro média/longa-metragens de realizadoras negras de nacionalidade diversas, focando na produção brasileira e internacional recente.

No dia 20  serão exibidos  dois filmes de temática feminina:  Cores e Botas que conta a história de Joana, uma menina negra dos anos 1980 que sonha ser uma das Paquitas do programa da Xuxa. Em seguida, o longa Pariah narra a saga de uma adolescente lésbica do Bronx que entra em conflito de identidade e inicia uma busca desesperada por afirmação sexual.

O documentário Caixa d´Água: Qui-lombo é Esse? (20/01) reúne depoimentos de antigos moradores do bairro Getúlio Vargas, localizado em Aracaju, e seus costumes quilombolas herdados dos antigos escravos. Logo depois, outro documentário intitulado Família Alcântara mostra a resistência de uma família cujas origens remetem à bacia do Rio Congo e a preservação de suas raízes durante séculos de tradição oral, práticas e costumes tradicionais.
A produção O Dia de Jerusa (21/01) traz memórias de uma moradora do bairro paulistano do Bexiga durante sua conversa em uma visita repentina. Depois, Amor Maldito, primeiro longa dirigido por uma mulher negra e retrata a relação entre Fernanda e Sueli. No mesmo dia acontece o bate-papo: A Magia da Mulher Negra, com cineastas de três gerações que têm filmes em exibição na mostra: Adélia Sampaio, Lilian Solá Santiago e Viviane Ferreira. A mesa de debate será mediada por  Kênia Freitas, e o tema será a criação feminina negra no cinema em seus aspectos políticos e estéticos.

No último dia , 22 de janeiro, Afronauts, inspirado em fatos reais, mostra a luta da Academia Espacial de Zâmbia, que espera chegar à lua antes da missão Apollo 11. Logo após, A Noite da Verdade,  o acordo de paz entre dois grupos étnicos de um país africano fictício.

A programação A magia da mulher negra  faz parte da mostra Motumbá - Memórias e Existências Negras que integra diversas linguagens artísticas e ações culturais para apresentar um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros ou periféricos.


Todo o evento tem entrada gratuita. Veja os trailers de alguns dos filmes.

13.1.17

UMA VERSÃO TURBINADA DA RÁDIO NOVELA!

Você  coloca o fone do celular no ouvido e fecha os olhos. Ai começa a emoção,  o áudio binaural recria a sensação de tridimensionalidade do espaço e o efeito é retumbante: o ouvinte percebe as cenas com profundidade sonora realista, como se ele estivesse  participando da trama. Os sons são reproduzidos de forma idêntica à captação pelo ouvido humano.

Pois é.  No próximo dia 31, terça-feira, às 19h, será o lançamento oficial do aplicativo  O Enigma Voynich, um seriado cuja proposta é levar a dramaturgia do palco para os celulares.

O aplicativo é gratuito e levará o audioespectador a participar de um roteiro cheio de ação e suspense  onde o personagem principal, um historiador especialista no manuscrito Voynich -livro misterioso- , se envolve em um detetivesco enredo. A história se passa ao longo de 32 anos da vida do personagem (de 1983 a 2015).

A ExCompanhia de Teatro, fundada e dirigida por Bernardo Galegale e Gustavo  Vaz, é responsável pelo criação do aplicativo e fará seu lançamento pela internet, na sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo, com apresentação e demonstração do projeto, bem como conversa informal com o público.

Logo após o evento, o aplicativo - compatível com os sistemas iOS e Android - será disponibilizado para maiores de 16 anos. O Enigma Voynich mistura narrativa ficcional, grafite digital e áudio 3D.

Mas há ainda outras novidades.  Para acompanhar alguns episódios da serie é preciso ir pessoalmente a alguns locais indicados como a biblioteca Mário de Andrade, a Sérgio Milliet (no CCSP) e a Viriato Correia, só assim  as cenas poderão ser acessadas. Nesse caso, o aplicativo usa uma ferramenta de geolocalização para desbloquear os episódios, automaticamente.

O Enigma Voynich promete sensações quase reais como ser atingido por socos, tiros, cenas de amor, ser submetido a uma cirurgia, sofrer a ameaça de cães raivosos.

E tem mais.  O primeiro contato com O Enigma Voynich é visual, a partir de desenhos em grafite digital que situam o local onde a ação transcorre e mostram a posição em que a cena deve ser escutada – de pé, sentado, deitado.  Esses desenhos foram criados especialmente para o projeto pelo artista visual Achiles Luciano.

O projeto propõe discussão sobre a excessiva transferência da memória humana para o universo digital, a partir de um constante registro de experiências diárias em vídeos e fotos, diminuindo a vivência da própria experiência enquanto ela acontece. Além disso, o formato da obra propõe a divisão da ideia do audiovisual em duas partes para que o público, por conta própria, una som e imagem usando a imaginação.


Eu vou! Quero só ver, ou melhor ouvir,  a novidade! O evento é gratuito

26.3.16

ELES QUERIAM MUDAR O MUNDO. E, EM PARTE, CONSEGUIRAM.

Homenagem feita pela cafeteria do CCBB à exposição de Mondrian
Por Claudia Piccazio

Faltam poucos dias para terminar a exposição Mondrian e o Movimento De Stijl, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Trata-se de uma visita obrigatória para quem quer conhecer um pouco de uma das mais importantes contribuições artísticas que os holandeses ofereceram ao mundo.
banco para visitantes à la Mondrian e De Stijl
Segundo o noticiário, o Brasil negociou durante cinco anos junto ao Museu Nacional de Haia, na Holanda, a vinda das obras de Mondrian e do grupo De Stjil. Vieram 60 dos 300 trabalhos que compõem o acervo do museu holandês e estarão no Centro Cultural do Banco do Brasil até 4 de abril próximo quando então viajarão para outros estados brasileiros.

exemplares da revista De Stijl
A exposição ocupa quatro andares e apresenta a trajetória de Peter Cornelius Mondrian e do grupo De Stijl, formado em 1917, do qual Mondrian fez parte. De Stijl (O Estilo) começou com o lançamento de uma revista e mais tarde transformou-se em movimento, reunindo artistas das várias áreas para debater ideias e determinar tendências.

 Conhecer o trabalho de Mondrian e do movimento De Stijl que tinham como propósito, entre outros, derramar cor numa escurecida Holanda pós-guerra, é de fato importante. Saber como o grupo de artistas, arquitetos e designers holandeses evoluíram em sua percepção de mundo não apenas escolhendo novas tintas mas sacudindo as estruturas vigentes e transformando a vida ao redor, então nem se fala. Eles queriam mudar o mundo. E, em parte, conseguiram.

Curvas e pesos transmutaram-se em retas, leveza e transparências que, caminhando para fora das telas, alcançaram a moda, a arquitetura e o design. Embora de curta duração, 14 anos, o movimento De Stijl teve uma influência revolucionária, definitiva e que perdura até hoje, principalmente na arquitetura. 

Na mostra do CCBB é possível ver a maquete da casa Rietveld-Schröder, em Utrecht, desenhada por Gerrit Rietveld, em 1924,  para uma mulher chamada Truus Schröder.

O contraste entre a arquitetura da casa e as construções vizinhas é escandaloso.  Foi uma ruptura radical com tudo que existia. Vale assistir aos vídeos exibidos na exposição, eles contam em detalhes o novo conceito aplicado na época. A casa foi uma das primeiras construções realmente modernistas em todo o mundo. Hoje, um museu.

No porão do CCBB, senti emoção ao ver os primeiros trabalhos de Mondrian, mesmo sendo considerados mais tradicionais (e mesmo com o reflexo das luzes nos vidros que recobriam as telas). É igualmente emocionante a seqüência das árvores que vão do figurativo ao geométrico na busca do artista pelo essencial.

Muita coisa para falar de todos eles. Acho até que eu gostaria que tivessem sido duas mostras distintas pra poder ver mais de cada uma delas, de Mondrian e do De Stijl.
Nota: 8
Custo: Zero. Fui e voltei de metrô, mas como sou velhinha foi de graça =)


30.8.15

MOVIMENTO E VOZ PARA OS INQUIETOS


Nesse domingo, às quatro da tarde, LINEKER conduz a JAM de MOVIMENTO E VOZ, na sala Renée Gumiel. A jam faz parte da programação da OCUPAÇÃO INQUIETOS, na Funarte e é aberta ao público. Os que forem até lá, com certeza, participarão de uma experiência única.
MACHO/LINEKER Foto:Jack Amanda Moraes
Bailarino, cantor, performer, coreógrafo e diretor, o artista acredita que o cruzamento de suas várias experiências profissionais convergem para o eixo central de suas criações: o estudo das conexões poéticas entre o movimento e a voz. A participação dele no projeto Inquietos começou com a belíssima e impactante estreia da performance MACHO, sexta e sábado passados, trabalho contemplado pelo edital ProAC LGBT 2014. 


Lineker considera interessante o foco da Ocupação Inquietos porque atualiza e repensa as relações entre as duas linguagens, a dança e a música. "Essa relação já passou por vários momentos, até o momento atual onde tudo é possível. É uma oportunidade de ampliar essa discussão, até para saber o que estamos chamando de dança e o que estamos chamando de música. É uma experiência enriquecedora."   

Para a jam de movimento e voz, o artista leva elementos da pesquisa de trabalhos desenvolvidos com NUA – Coletivo Artístico Indisciplinar, grupo que ele dirige e que desloca-se pelas fronteiras entre o teatro, a dança, a música e a performance e que atualmente desenvolve o projeto "Arquiteturas Sonoras",recriação de uma mesma obra coreomusical para diferentes espaços arquitetônicos.
A ideia de Lineker para esse domingo (30) é que os partipantes da jam, juntos, criem os movimentos, a dança, e que a música seja composta pelas vozes de todos. A Funarte fica na Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos. Entrada gratuita. Vale conferir!

31.7.15

A FESTA É TODA SONORIDADE E MOVIMENTO!


Na OCUPAÇÃO INQUIETOSdois dias de intensa programação que coloca em perspectiva a relação entre a dança e a música, o dançarino e o músico, das mais variadas formas. E, claro, muita alegria! 


A celebração de abertura do projeto Inquietos na Funarte, começa hoje, dia 1 de agosto, às três da tarde, com o sapateado rasteiro, o ritmo marcado e os saltos - pra levantar poeira - do Cavalo Marinho, levados pelos pés da Cia Mundu Rodá; segue às 18h com Chico Tchello, DJ e baladeiro que traz a música e a dança das ruas e sua própria versão do espaço público. Às 18h30 é a vez de Henrique Menezes e convidados tocar o Tambor de Crioula e esperar pelas respostas dos dançarinos. E às 20h,  entra em cena "Mangalam - nos passos do Guru" um espetáculo que traz a milenar dança indiana e o som das tornozeleiras percussivas (pago).


No domingo, dia 2, a função começa às 10h30 com a oficina de Dança Percussiva Contemporânea ministrada por Bruna Piccazio. 

Ao meio dia, será exibido o documentário Sete Dias em Burkina. Produzido por Carlinhos Antunes, o filme trata, entre outros temas, da relação da música e da dança com as questões sociais. Depois da exibição, uma bate-papo com o próprio Carlinhos. Às 13h30 a oficina com Mohamed, da Guiné, que mostra toda a sua experiência com a dança Afro. As três da tarde, as bailarinas Larissa Versbick e Bruna Piccazio pilotam a jam session que tem como convidado o músico Carlinhos Antunes. 

As 16h30, todo mundo pra rua, no Cortejo de Maracatu de baque virado com a Cia. Caracaxá. A ideia é integrar os moradoresfrequentadores dos Campos Elíseos, bairro que entorna a Funarte, a festa e a ocupação.


E para fechar a programação, Mutrib, grupo de músicos que se apresenta com repertório dos balcãs e do 
Mediterraneo Oriental. Em entrevista ao Intrumental Sesc Brasil, em maio desse ano, Mario Afonso um dos integrantes do Mutrib reconheceu que eles só puderam tocar determinados ritmos depois que aprenderam a dançá-los: "a gente teve que aprender a dançar certos ritmos pra poder compreender (primeiro) no corpo, pra depois conseguir dividir e ai sim, tocar".  
Betty Gervitzcoreógrafa e pesquisadora de danças étnicas é quem conduzirá a dança. 

A OCUPAÇÃO INQUIETOS segue suas atividades até o final de setembro com um total de 15 espetáculos e 12 jam sessions. Um dos pontos fortes do projeto são as oficinas que estimulam a criação de performances sonoras e imagéticas a partir do conhecimento do corpo. Nesse aspecto, a compreensão do papel da música nas manifestações populares traz uma importante contribuição.


Vale acessar a fanpage da Ocupação e para quem quiser participar das oficinas, inscrições pelo e-mail oficinas.inquietos@gmail.com
   

21.7.15

BEM MAIS QUE UMA CONVERSA ENTRE CORPOS E SONS


Ali na sala nem todos eram bailarinos. Tinha atores e até uma fisioterapeuta que trouxe consigo um olhar particular sobre a dança “eu cuido das pessoas e a dança cuida de mim”. Mas, o mais importante é que, assim que a função começou, todos os corpos que lá estavam – de diferentes lugares e outras origens - soaram com incrível beleza durante uma hora e meia, tempo em que a música de Caito Marcondes e seu Zendrum dançou por toda a sala Renée Gumiel, na Funarte.

Bruna: "trabalhar a escuta na relação entre dançarino e músico"
Era a estreia da série de Jam Sessions, improvisação de dança com música ao vivo da Ocupação Inquietos. A série faz parte da programação gratuita do projeto e será sempre aos domingos, às quatro da tarde, até o final de setembro. A cada encontro, um músico diferente como convidado.

Caito e o Zendrum
 A primeira Jam dos Inquietos começou com o convite de Bruna Piccazio, diretora artística do projeto. Ela reuniu os participantes na sala Renée Gumiel e propôs “trabalhar a escuta na relação entre dançarino e músico”. De sentir a si e ao outro, o todo, de ouvir ao redor. Em seguida, foi a vez do músico convidado, o percussionista Caito Marcondes, sugerir o tema. Ele propôs - como uma linha muito suave que poderia (e até deveria) ser transgredida - criar um espaço com os sons de origem, de primitivas florestas, da vida natural, baixa densidade demográfica. E a partir daí a música iria, numa escala evolutiva, transformando esse espaço, reduzindo suas dimensões, trazendo uma população mais densa e os seus novos sons.


                 “Eu nem sabia o que era jam”


O que se viu em seguida é difícil descrever
principalmente 
pela beleza com que foi realizado. Caio Zalc, diretor de comunicação do projeto e também bailarino, disse não saber ao certo quem estava tocando e quem estava dançando! O percussionista Caito, com talento e habilidade, conseguiu diálogos lindíssimos com os participantes da Jam. Por sua vez, cheios de sensibilidade e consistência, os dançarinos criaram ideias que pareciam coreografias. Cenas que se desenvolvidas, resultariam em espetáculos inteiros. E foram muitas delas. E foram momentos tocantes.

No final, todos exaustos, mas com a certeza de ter sido essa uma experiência e tanto. Para alguns era a primeira Jam, para outros a primeira com música ao vivo e alguns confessaram “eu nem sabia o que era jam”.


No final, galera destruida e feliz!
A próxima Jam Session da Ocupação Inquietos será no dia 26 de julho e irá trazer outro craque como convidado, o suíço Thomas Rhorer, rabequeiro e saxofonista. Ele pesquisa música contemporânea, além de criar novas sonoridades a partir de instrumentos inusitados amplificados. Radicado no Brasil desde 1995, tem um trabalho ligado à improvisação livre, ao jazz contemporâneo e à música regional brasileira. De colher para os Inquietos!

12.7.15

INQUIETOS OCUPAM A FUNARTE


Uma ótima noticia para dançarinos, músicos e público em geral. A partir de amanhã segunda-feira, dia 13 de julho, começa a OCUPAÇÃO INQUIETOS, sala Renée Gumiel na Funarte de São Paulo. Serão três meses de espetáculos, oficinas, jam sessions, mostras, palestras e debates com profissionais consagrados nas áreas de música, dança e educação. Entre eles, Sônia Gal­vão, Ana Catarina Vieira, Leticia Doretto, Cia Nova Dança 8, Núcleo OMSTRAB, Gum­bo­ots, Coco de Arcoverde, Favoritos da Catira, Caito Mar­con­des, Tho­mas Roh­rer, Car­li­nhos Antu­nes, Mar­cos Suzano e Daniel Gra­jew.

A ocupação tem como principal objetivo reunir grupos, artistas e educadores que pesquisam e refletem sobre os diversos tipos de relação entre a dança (movimento) e a música (som)nas manifestações populares e na obra contemporânea. E no encontro de grupos e troca de informações criar a possibilidade para que se descubram novas expressões unindo a dança e a música.

“Temos também como foco a interação entre músicos e dançarinos” explica Bruna Piccazio, diretora artística e curadora da OCUPAÇÃO INQUIETOS “principalmente quando suas atividades se fundem: dançarinos que buscam o conhecimento musical para transformar sua dança e músicos que buscam o conhecimento do corpo para conquistar uma performance sonora imagética."


Boa parte das atividades será gratuita. Ao todo, estão programados 15 espetáculos, 12 jam sessions, oito oficinas de dança além de 16 apresentações livres (alunos e profissionais).



Leca Doretto
A primeira semana foi reservada para o inicio das oficinas. Destaque para a bailarina Ana Catarina Vieira que fará a oficina Dança Clássica, Popular e Contemporânea todas as segundas, durante uma hora e meia. E também para Leticia Doretto, a Leca, integrante da Cia. Nau de Ícaros, que, terças, durante três horas, irá ministrar a oficina Danças Percussivas Brasileiras. Dia 17 de julho é a estreia da série de espetáculos com a apresentação de três solos de dança de Rafaela Sahyoun (a única bailarina no Brasil especializada no método americano soundpainting–improvisação multidisciplinar), Thaís Di Marco e Sofia Tsirakis.

A programação completa está na fan page Ocupação Inquietos http://migre.me/qJzva. Vale conferir!

17.4.15

SOBRETUDO, CORDAS



Amanhã, sábado, às 16h30, a Fundação Ema Klabin abre suas portas para o espetáculo Sobre todas as cordas. No palco, músicos e apenas instrumentos de cordas - violão, viola caipira, violino, violão de 7 cordas, tiple, alaúde árabe, kanun, bousuk, guitarrón, guitarra, cuatro venezuelano, charango, kora ñgoni, bolón, guimbre, baixo acústico e piano - apresentam composições autorais que contemplam ritmos de fronteiras, latino-americanos, árabes, indianos e europeus. O grupo formado por Rui Barossi, Danilo Penteado, Eduardo Lobo, Sami Bordokan, Helena Piccazio e Carlinhos Antunes (criador do espetáculo) recebe ainda como convidados o duo escocês Chris Stout (violino) Catriona McKay (harpa celta). Vale conferir!

25.2.15

PROGRAME O FINAL DE SEMANA!

Hora de planejar o seu final de semana e o das crianças. Bons programas free, confira na agenda!  
foto divulgação

13.2.15

CARNAVAL PRA QUEM QUER E PRA QUEM NÃO QUER

Foto divulgação
O melhor de hoje é ir pras ruas e se misturar nos blocos. Afinal, é carnaval. Mas para os que não curtem tanto assim, há uma programação free nos teatros e centros culturais. A Volta ao fim, teatro na Casa das Rosas, Aquela Infância Toda, na Casa Laboratório das Artes para o Teatro, A Graça do Fim, no Centro Cultural Fiesp, O Homem de La Mancha, no Centro Cultural Fiesp, a Guerra sem batalha, ou agora e por um tempo muito longo não haverá mais vencedores neste mundo, apenas vencidos, no Centro Cultural São Paulo. Confira toda a programação na nossa agenda!