21.7.15

BEM MAIS QUE UMA CONVERSA ENTRE CORPOS E SONS


Ali na sala nem todos eram bailarinos. Tinha atores e até uma fisioterapeuta que trouxe consigo um olhar particular sobre a dança “eu cuido das pessoas e a dança cuida de mim”. Mas, o mais importante é que, assim que a função começou, todos os corpos que lá estavam – de diferentes lugares e outras origens - soaram com incrível beleza durante uma hora e meia, tempo em que a música de Caito Marcondes e seu Zendrum dançou por toda a sala Renée Gumiel, na Funarte.

Bruna: "trabalhar a escuta na relação entre dançarino e músico"
Era a estreia da série de Jam Sessions, improvisação de dança com música ao vivo da Ocupação Inquietos. A série faz parte da programação gratuita do projeto e será sempre aos domingos, às quatro da tarde, até o final de setembro. A cada encontro, um músico diferente como convidado.

Caito e o Zendrum
 A primeira Jam dos Inquietos começou com o convite de Bruna Piccazio, diretora artística do projeto. Ela reuniu os participantes na sala Renée Gumiel e propôs “trabalhar a escuta na relação entre dançarino e músico”. De sentir a si e ao outro, o todo, de ouvir ao redor. Em seguida, foi a vez do músico convidado, o percussionista Caito Marcondes, sugerir o tema. Ele propôs - como uma linha muito suave que poderia (e até deveria) ser transgredida - criar um espaço com os sons de origem, de primitivas florestas, da vida natural, baixa densidade demográfica. E a partir daí a música iria, numa escala evolutiva, transformando esse espaço, reduzindo suas dimensões, trazendo uma população mais densa e os seus novos sons.


                 “Eu nem sabia o que era jam”


O que se viu em seguida é difícil descrever
principalmente 
pela beleza com que foi realizado. Caio Zalc, diretor de comunicação do projeto e também bailarino, disse não saber ao certo quem estava tocando e quem estava dançando! O percussionista Caito, com talento e habilidade, conseguiu diálogos lindíssimos com os participantes da Jam. Por sua vez, cheios de sensibilidade e consistência, os dançarinos criaram ideias que pareciam coreografias. Cenas que se desenvolvidas, resultariam em espetáculos inteiros. E foram muitas delas. E foram momentos tocantes.

No final, todos exaustos, mas com a certeza de ter sido essa uma experiência e tanto. Para alguns era a primeira Jam, para outros a primeira com música ao vivo e alguns confessaram “eu nem sabia o que era jam”.


No final, galera destruida e feliz!
A próxima Jam Session da Ocupação Inquietos será no dia 26 de julho e irá trazer outro craque como convidado, o suíço Thomas Rhorer, rabequeiro e saxofonista. Ele pesquisa música contemporânea, além de criar novas sonoridades a partir de instrumentos inusitados amplificados. Radicado no Brasil desde 1995, tem um trabalho ligado à improvisação livre, ao jazz contemporâneo e à música regional brasileira. De colher para os Inquietos!

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