31.5.11

Espaço Cultural Citi - Uma missão nobre: arte para todos - 31/05/11

Comemoração na Paulista

Espaço Cultural Citi apresenta até 17 de junho uma mostra que comemora a indicação, feita pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, da casa ao prêmio Rodrigo de Mello Franco de Andrade, como uma das três instituições culturais do país que mais prestaram serviços à arte.

Exageros à parte, dei uma primeira olhada geral para depois observar quadro a quadro. Num local em que as pessoas costumam passar sem olhar, nota-se a diferença: gente parada observando quadros em um prédio no meio da Avenida Paulista. Mais atentas do que em outras exposições do espaço Citi.


O primeiro quadro chama a atenção logo de cara. Pintado por ninguém menos do que Maurício de Souza, retrata sua personagem mais famosa, Mônica, como se fosse Bloch Bauer, pintada pelo artista Gustav Klimt. Realmente impressionante chegar perto de uma pintura feita por Maurício de Souza, poder prestar atenção aos seus traços (lá não reclamam quando você chega perto de uma obra), ver como ele pensa uma imagem.

Logo atrás do quadro da Mônica, há uma pequena escultura chamada Tribo dos Cebolinhus, também de Maurício de Souza, que traz Cebolinha, Mônica e Magali vestidos de índios guerreiros. A escultura é de isopor coberto com resina, e gerou comoção em duas mulheres ao meu lado. “Ai, que fofo!”, gritou uma delas, e logo foi apertar a bochecha do pequeno Cebolinha, contra quaisquer protocolos de exposições de arte.
As outras obras tinham características distintas destas primeiras. Uma que impressiona positivamente é o quadro Meu Cavalinho, de Antonio Peticov (imagem acima). O artista monta, em sua pintura, um cavalinho feito de vários objetos cotidianos: o cavalete é o corpo, o balde é o peito, o globo terrestre, a cabeça. O quadro traz nostalgia, pois essa imaginação infantil, de abstrair universos por meio de objetos cotidianos, está se esvaziando cada vez mais, num mundo no qual as crianças recebem os brinquedos prontos, que brincam sozinhos.

As cores do quadro São Jorge III, de Eros Oggi (à esquerda), dão a impressão de movimento, como se o cavaleiro trouxesse a si as bordas do quadro e condensasse a energia no ponto em que enterra sua lança.

Sem dúvida, esta reunião heterogênea e comemorativa de obras de arte vale a pena ser vista. Porém, pela diversidade dos quadros (que vão dos quadros “bicho-grilo” de Carola Trimano às abstrações de Claudio Tozzi), dificilmente se poderá gostar de todos.

Custos: nada, fui e voltei a pé
Nota: 7,5

Serviço:Espaço Cultural Citi
Av. Paulista, 1.111
Exposição de 30 de maio a 17 de junho

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