Estéticas, Sonhos e Utopias dos Artistas do Mundo pela Liberdade
Fins da década de 60, início dos anos 70. O Chile vive um momento único em sua história. Enquanto a maior parte dos países da América Latina sofre com a ascensão das ditaduras militares, o Chile de Salvador Allende acolhe seus artistas, políticos, líderes estudantis e jornalistas exilados.
Nesse momento a inauguração de um museu no Chile com obras doadas por diversos artistas de todo o mundo representa a crença e apoio de todos eles à construção de um governo de esquerda democrático na América Latina, diferente dos modelos soviético e cubano.
Através das estéticas próprias de cada vanguarda ou movimento artístico, artistas que vão desde o espanhol Joan Miró até a brasileira Lygia Clark expressam seus sonhos e utopias pela liberdade , como o próprio nome da exposição já diz.
O museu é a materialização dessa liberdade. Plural, um espaço livre para expressão, através de diversas linguagens artísticas, de um ideal comum, que naquele momento histórico parece ao mesmo tempo possível - no Chile - e distante nos países em que esses artistas vivem, sob a sombra de ditaduras terríveis.
A exposição do Sesi conta com obras de abstracionismo geométrico e lírico, surrealistas, cubistas e também releituras de obras de artistas como Picasso e Warhol feitas por artistas latino-americanos, além de painéis e obras de artistas chilenos e argentinos ainda desconhecidos por aqui, mas não menos fascinantes ou relevantes.
O Museo de la Solidariedad traça um panorama muito rico das principais vanguardas do início do século XX, assim como de movimentos mais contemporâneos como a Pop-Art. Todos eles são reveladores para a compreensão, através da sensibilidade desses artistas, da situação que o mundo vivencia na segunda metade do século passado, bem como cruciais para o entendimento da arte contemporânea. Vale a pena.
Nota : 10
Custos : R$ 0,00 (carona para ir e voltar)
2 comentários:
Pena que muitas dessas coisas apenas estejam hoje em dia em museus.... Às vezes o passados tráz-nos mais esperanças que o futuro-presente, recente.... Mas isso em si não é algo de todo mal, pois há algo ainda.... a inspirar, a refletir, a rever...
Beijo a todos ai, keep going...!!!!
Helô,fui ver a exposição três vezes. Levei minhas filhas, uma de cada vez, só falta levar o meu filho. Fico emocionada, sempre.
Mais até, mais que tudo, com a forma com que este museu surgiu. Se existisse uma outra possibilidade de globalização, penso, com certeza absoluta, que seria essa: seres humanos se movimentando em todo o planeta em torno de uma idéia que expressasse a legítima vontade de todos. Bom, né?
Uma dica para quem vai até lá. Antes de apreciarem as obras, assistam os dois vídeos. Assim fica bem mais emocionante.
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