19.1.07

De Puro Guapos – Fnac Av. Paulista – 18/01/2006

De puro talento


Uma pessoa corajosa, de fibra, que enfrenta e vence seus problemas e adversidades. Este é o significado da expressão “De Puro Guapos”, explicada assim pelo único argentino e líder do grupo, Martín Mirol. Trata-se de uma orquestra típica de tango, nascida em São Paulo, e que está lançando seu auto-intitulado primeiro CD, ao vivo, gravado no espaço Cachuera, na capital paulista. Superando as barreiras do preconceito e da rivalidade de culturas gerada ao longo dos anos entre Brasil e Argentina, os oito músicos têm conquistado seu espaço, apresentando-se também no Rio de Janeiro e Santa Catarina.


Aguardados por um público heterogêneo e surpreendentemente numeroso, entraram no pequeno palco da Fnac pontualmente. Após os devidos ajustes para que coubessem perfeitamente naquele pequeno espaço e distribuíssem o som da melhor forma possível, iniciaram a apresentação. Com três violinos, contrabaixo, violoncelo, clarinete, piano e o instrumento clássico do tango, o bandoneón, logo foi possível perceber que o som era denso e completo. Guiados na maioria das músicas pelo piano e o bandoneón, o entrosamento entre todos era admirável e torna-se o principal atrativo da música do De Puro Guapos.

Porém, os valores individuais também tiveram chances de aparecer e não se mostraram menos ricos e completos. O pianista Paulo Bricoli, impressionava a todos com uma técnica e velocidade singulares, mesmo tendo que usar um teclado por causa do espaço oferecido. Como é a base principal de algumas canções, revela-se fundamental a cada trecho de tango orquestrado. Outro destaque é Martín Mirol, responsável pelos arranjos e pelo bandoneón. Instrumento este, que foi apresentado pelo próprio músico como “um tipo de sanfona que está para o tango, como a guitarra está para o rock americano.”. Sendo assim, Martín é um ótimo solista, pois destaca-se facilmente em diversas canções, criando efeitos e sons impressionantes, com uma eficiente agilidade nos dedos e até muita presença de palco. É ele também quem conversa com o público nos intervalos das canções. Apesar do “portuñol”, consegue arrancar risos do público, acrescentar importantes informações e refletir uma simpatia evidente no rosto de todos integrantes.
“9 de Julio”, Quejas de Bandoneón” e “Libertango” foram as músicas mais aplaudidas e que mais chamaram atenção ao vivo. Com um repertório baseado no classicismo do século XX, o que chega a cansar em alguns momentos, De Puro Guapos liberta-se sutilmente desta característica quando toca a composição de Astor Piazzola (“Libertango”). É um tango modificado, com novas influências, mas que não deixa de ser interessante em nenhum momento. Requer uma técnica diferente, que é apresentada competentemente pela orquestra e só enriquece o show. No fim, aplausos fortes e sinceros, sorrisos no rosto e uma sensação clara de que uma pequena aula de música foi dada naqueles poucos minutos.


Custos:
R$ 0,00

Nota - 9

4 comentários:

Anônimo disse...

Foi brilhante mesmo... sou fã desses caras.

Anônimo disse...

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Big ups

Anônimo disse...

Ei!

Essa banda nasceu la na FAAM! Ou mais ou menos assim! Acabei arrumando um namoradinho por causa dela! um dia eu conto, kkkkkk

tocamos Quejas de bandoneon da padaria/lanchonete e ganhamos uma porcao de frango a passarinho regado a cerveja do lado da antiga sede da FAAM.

Bjo, Gorda

Anônimo disse...

maravilhoso