9.1.07

Pedra Branca – Sesc Av. Paulista – 09/01/07

Uma tarde em Itapoã

Sente, relaxe, pegue um copo de vinho. Pedra Branca não é um som para se tentar compreender; não de primeira. É um som para ouvir e viajar, vagar por aí.

Cheguei ao Sesc Paulista lá pelas seis e vinte, vinte minutos depois dos ingressos começarem a ser distribuídos. E tinham acabado de acabar. Como havia muita gente sem entradas, o pessoal da casa decidiu colocar mais trinta cadeiras no teatro e distribuir mais trinta ingressos. Consegui o meu.

Uma formação bem inusitada de banda, com instrumentos indianos, percussões das mais variadas, sintetizadores e outros apetrechos eletrônicos, clarinete e flauta transversal, flautas de bambu, baixo elétrico. Até um baixo acústico que nem chegou a ser usado.

A primeira música já deu a entender qual seria o tom da noite. Num estilo bem minimalista, os sons iam se somando na música aos poucos, elementos surgiam de leve e ficavam. Por vezes, só vinham falavam algo e iam embora.

Pedra Branca, em Tupi, quer dizer Itapuã. E é exatamente às tribos indígenas brasileiras que nos leva em primeiro lugar a sonoridade da banda. O toque de alaúde nos mandava, hora ou outra, para o mundo árabe, mas a percussão não deixava a passagem ser completa.

Depois da segunda música, uma pausa. O computador tinha dado problema, e todos correram para acudir. Uns vinte minutos de parada, o público dispersou um pouco. Voltaram a tocar, com a mesma energia de antes.

Todos os músicos da banda, em palco, aparentavam calma. A música em si já leva a esse estado de espírito, como se estivéssemos ouvindo mais a natureza do que uma banda em si. De fundo, enquanto a música rolava, cantorias indígenas, que continuavam quando as músicas acabavam. Esse vai e vem, as músicas que se assemelhavam umas às outras, chegava a confundir o público, que nunca sabia direito a hora de aplaudir.

Para ouvidos não preparados para esse tipo de som, como, confesso, estava o meu, Pedra Branca pode parecer um pouco cansativo, repetitivo. Mas, mesmo assim, não há como deixar de se render à proposta da banda, sua música. É algo que agrada e faz a imaginação viajar o tempo todo.

Banda:
Luciano Sallum (sitar, alaúde, samissen e armesk)
Aquiles Ghirelli (tabla, didgeridoo e voz)
João Ciriaco (DJ)
Porto Rico (percussão)
Ana Eliza (flauta e sax)
San (baixo)

Custos:
Transporte - R$0,00 (fui e voltei a pé)
Salgados - R$2,00
Café - R$0,50
total - R$2,50

Nota - 8

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