Show para raros
Vaivaivai começar a brincadeira! Tornozelos em posição, pés e punhos, todos a postos para a empreitada. Nossa busca busca a arte. A arte falada, cantada, encenada, mostrada, pintada; a arte móvel, imóvel, objeto, abjeta; a arte que nos é oferecida de graça nos mais variados recantos de São Paulo.
Temos uma teoria: é possível expandir os nossos horizontes culturais de forma fantástica gastando só a condução, no máximo um cafezinho ou um salgado. Para prová-la, nos permitimos o desafio de sair pela cidade em busca do belo. E do não belo também, porque não?
Para começar a brincadeira dessa epopéia apoteótica em busca de diversões culturais, nada melhor do que o show do O Teatro Mágico no Metrô Sé.
Como a apresentação estava marcada para 16:20, cheguei 15:50 para conseguir um bom lugar. Adolescentes de cerca de 16/17 anos já estavam rabiscando seus papéis sentadas junto ao palco que foi montado em frente às catracas do metrô. Neles, lia-se os dizeres “Procura-se raros”, ou “sou rara/o” (em alusão ao nome do cd da banda, “Entrada para Raros”). Eram meninas da comunidade orkutiana do grupo, e ficaram eufóricas ao ver, ao lado do palco, a banda sem maquiagem conversando de forma descontraída antes do show.
Vocalista do O Teatro Mágico, Fernando Anitelli é um cara totalmente acessível. Antes do show, toda a trupe ficou um tempo ao lado do palco para conferir detalhes pré-apresentação, e deram atenção a todos que vieram falar com eles. Conversando com Fernando, descobri que estava aflito em razão do atraso de uma amiga que tinha saído de sua casa antes dele, mas não havia chegado lá ainda. Na Fiorino dela estava a maioria do equipamento, maquiagens... Foi esse o motivo do show ter atrasado 40 minutos. Enquanto batíamos um papo, o responsável do Metrô relembrou o vocalista de que o show deveria ser curto. Fernando concordou com a cabeça.
Bateria montada, platéia impaciente, entram no palco o DJ e o baterista. Fernando canta atrás da platéia lateral; ninguém consegue vê-lo. “Sem horas e sem dores, bem vindos ao... metrô”. Bem vindos ao Teatro Mágico”. O público presente foi abaixo, e Fernando subiu ao palco cantando O tudo é uma coisa só.
A energia que a banda gasta em duas horas foi condensada naqueles 40 minutos de música. Resultado: uma força incomum mesmo pros shows dessa banda tão competente em palco. A platéia não conseguia se conter de felicidade, em músicas que se misturavam e se completavam. Fernando parecia ligado em 220 volts, mas mesmo assim não deixou de lado uma característica que lhe é peculiar em shows; os discursos. Na última música, falou ao público do motivo da banda estar lá (campanha do agasalho), e disse: “doar agasalho é o mínimo, não é nada. É só um pedaço de pano. Nós temos que doar, além disso, a nós mesmos.”
Ao final, a galera, em coro, pedia a música Camarada d´agua. A trupe não podia mais tocar, porque uma outra banda subiria no palco para se apresentar (pop-rock brasileiro, cover). Com seus desejos frustrados, o público começou a cantar a música sozinho, acapela. Anitelli, ao microfone, juntou-se ao coro. Uma bela cena.
Set List:
O tudo é uma coisa só
O Mérito e o Monstro
Uma parte que não tinha
Separo
O anjo mais velho
Custos:
Ônibus para ir – 1 real no bilhete único de estudante
Metrô para voltar – 2,10
Total – 3,10
Nota do show: 9
Vaivaivai começar a brincadeira! Tornozelos em posição, pés e punhos, todos a postos para a empreitada. Nossa busca busca a arte. A arte falada, cantada, encenada, mostrada, pintada; a arte móvel, imóvel, objeto, abjeta; a arte que nos é oferecida de graça nos mais variados recantos de São Paulo.
Temos uma teoria: é possível expandir os nossos horizontes culturais de forma fantástica gastando só a condução, no máximo um cafezinho ou um salgado. Para prová-la, nos permitimos o desafio de sair pela cidade em busca do belo. E do não belo também, porque não?
Para começar a brincadeira dessa epopéia apoteótica em busca de diversões culturais, nada melhor do que o show do O Teatro Mágico no Metrô Sé.
Como a apresentação estava marcada para 16:20, cheguei 15:50 para conseguir um bom lugar. Adolescentes de cerca de 16/17 anos já estavam rabiscando seus papéis sentadas junto ao palco que foi montado em frente às catracas do metrô. Neles, lia-se os dizeres “Procura-se raros”, ou “sou rara/o” (em alusão ao nome do cd da banda, “Entrada para Raros”). Eram meninas da comunidade orkutiana do grupo, e ficaram eufóricas ao ver, ao lado do palco, a banda sem maquiagem conversando de forma descontraída antes do show.
Vocalista do O Teatro Mágico, Fernando Anitelli é um cara totalmente acessível. Antes do show, toda a trupe ficou um tempo ao lado do palco para conferir detalhes pré-apresentação, e deram atenção a todos que vieram falar com eles. Conversando com Fernando, descobri que estava aflito em razão do atraso de uma amiga que tinha saído de sua casa antes dele, mas não havia chegado lá ainda. Na Fiorino dela estava a maioria do equipamento, maquiagens... Foi esse o motivo do show ter atrasado 40 minutos. Enquanto batíamos um papo, o responsável do Metrô relembrou o vocalista de que o show deveria ser curto. Fernando concordou com a cabeça.
Bateria montada, platéia impaciente, entram no palco o DJ e o baterista. Fernando canta atrás da platéia lateral; ninguém consegue vê-lo. “Sem horas e sem dores, bem vindos ao... metrô”. Bem vindos ao Teatro Mágico”. O público presente foi abaixo, e Fernando subiu ao palco cantando O tudo é uma coisa só.
A energia que a banda gasta em duas horas foi condensada naqueles 40 minutos de música. Resultado: uma força incomum mesmo pros shows dessa banda tão competente em palco. A platéia não conseguia se conter de felicidade, em músicas que se misturavam e se completavam. Fernando parecia ligado em 220 volts, mas mesmo assim não deixou de lado uma característica que lhe é peculiar em shows; os discursos. Na última música, falou ao público do motivo da banda estar lá (campanha do agasalho), e disse: “doar agasalho é o mínimo, não é nada. É só um pedaço de pano. Nós temos que doar, além disso, a nós mesmos.”
Ao final, a galera, em coro, pedia a música Camarada d´agua. A trupe não podia mais tocar, porque uma outra banda subiria no palco para se apresentar (pop-rock brasileiro, cover). Com seus desejos frustrados, o público começou a cantar a música sozinho, acapela. Anitelli, ao microfone, juntou-se ao coro. Uma bela cena.
Set List:
O tudo é uma coisa só
O Mérito e o Monstro
Uma parte que não tinha
Separo
O anjo mais velho
Custos:
Ônibus para ir – 1 real no bilhete único de estudante
Metrô para voltar – 2,10
Total – 3,10
Nota do show: 9
(Clique nas fotos para vê-las ampliadas. Todas as imagens desta matéria são propriedade exclusiva do Arte Free)