26.3.16

ELES QUERIAM MUDAR O MUNDO. E, EM PARTE, CONSEGUIRAM.

Homenagem feita pela cafeteria do CCBB à exposição de Mondrian
Por Claudia Piccazio

Faltam poucos dias para terminar a exposição Mondrian e o Movimento De Stijl, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Trata-se de uma visita obrigatória para quem quer conhecer um pouco de uma das mais importantes contribuições artísticas que os holandeses ofereceram ao mundo.
banco para visitantes à la Mondrian e De Stijl
Segundo o noticiário, o Brasil negociou durante cinco anos junto ao Museu Nacional de Haia, na Holanda, a vinda das obras de Mondrian e do grupo De Stjil. Vieram 60 dos 300 trabalhos que compõem o acervo do museu holandês e estarão no Centro Cultural do Banco do Brasil até 4 de abril próximo quando então viajarão para outros estados brasileiros.

exemplares da revista De Stijl
A exposição ocupa quatro andares e apresenta a trajetória de Peter Cornelius Mondrian e do grupo De Stijl, formado em 1917, do qual Mondrian fez parte. De Stijl (O Estilo) começou com o lançamento de uma revista e mais tarde transformou-se em movimento, reunindo artistas das várias áreas para debater ideias e determinar tendências.

 Conhecer o trabalho de Mondrian e do movimento De Stijl que tinham como propósito, entre outros, derramar cor numa escurecida Holanda pós-guerra, é de fato importante. Saber como o grupo de artistas, arquitetos e designers holandeses evoluíram em sua percepção de mundo não apenas escolhendo novas tintas mas sacudindo as estruturas vigentes e transformando a vida ao redor, então nem se fala. Eles queriam mudar o mundo. E, em parte, conseguiram.

Curvas e pesos transmutaram-se em retas, leveza e transparências que, caminhando para fora das telas, alcançaram a moda, a arquitetura e o design. Embora de curta duração, 14 anos, o movimento De Stijl teve uma influência revolucionária, definitiva e que perdura até hoje, principalmente na arquitetura. 

Na mostra do CCBB é possível ver a maquete da casa Rietveld-Schröder, em Utrecht, desenhada por Gerrit Rietveld, em 1924,  para uma mulher chamada Truus Schröder.

O contraste entre a arquitetura da casa e as construções vizinhas é escandaloso.  Foi uma ruptura radical com tudo que existia. Vale assistir aos vídeos exibidos na exposição, eles contam em detalhes o novo conceito aplicado na época. A casa foi uma das primeiras construções realmente modernistas em todo o mundo. Hoje, um museu.

No porão do CCBB, senti emoção ao ver os primeiros trabalhos de Mondrian, mesmo sendo considerados mais tradicionais (e mesmo com o reflexo das luzes nos vidros que recobriam as telas). É igualmente emocionante a seqüência das árvores que vão do figurativo ao geométrico na busca do artista pelo essencial.

Muita coisa para falar de todos eles. Acho até que eu gostaria que tivessem sido duas mostras distintas pra poder ver mais de cada uma delas, de Mondrian e do De Stijl.
Nota: 8
Custo: Zero. Fui e voltei de metrô, mas como sou velhinha foi de graça =)