por CLAUDIA PICCAZIO
Sábado delicioso, frio, solzinho e na Paulista, bem perto um do outro, a Casa das Rosas e o Itaú Cultural.
Sigo a pé pelo lado esquerdo de quem sai da Domingos de Morais em direção a rua da Consolação e entro na Casa das Rosas. Depois de uma xeretada na biblioteca e no espaço com os livros de James Joyce, me detenho na sala onde está uma das séries de fotos da artista visual Sylvia Diez. São nove imagens em preto e branco pregadas no chão e há sobre elas uma grade. A série atravessa a sala e mostra uma única mulher, a própria autora.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpbGaRUZ1oLBt1SLrIQETS2AprGyQpgaCjav1Ei0gG1bHqXF-dyahXjrQZoMdtYQpqGe5mptHJVZCMxEt65JKiqzv5bW8rS3bN0KZ27nbBDDDa8erE4hu6kh0TX8DyJIfuxhcFkQ/s200/sp-casa-das-rosas-av_-paulista-23_jpg.jpg)
Descubro que ele não está disponível impresso, que a mostra tem o nome de Um Pedaço e a curadoria de Sinval Garcia e Lucrécia Couso. Nela, a autora convida o público a refletir sobre as questões que nos prendem e as que nos libertam.
Sempre que vou a Casa das Rosas sou pega por um sentimento de beleza e gratidão. Gratidão porque a poesia – único alimento possível para o surgimento de uma nova pele na tão encarquilhada contemporaneidade – de uns tempos para cá, cada vez mais, se derrama na cidade. E a gente sabe de onde ela esta saindo.
Cafezinho, alma lavada, rumo ao encontro de Flávio Império no Itaú Cultural, bem pertinho da Casa das Rosas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf5kX16rnMFL1wNaeLhA1ZjaBe0cVhkHeWMtYgB1Kb-TZZV4hEdg7VWosnvn0Mfq1GrGNdz48oNxacV2tfXq3D3EO-wPamVbff9vYeRN6M0tqEmAiqlUriO-MoTjifP_ZOSEEVDw/s320/5889837.jpg)
Já na entrada, os olhos se perdem no que se tem para olhar, as inúmeras bandeiras coloridas , as telas das serigrafias do artista montadas a partir do teto. As imagens em vídeo que ele captou, o recado gigante, batido a maquina de escrever, da amiga e também artista Renina Katz. A cortina feita com uma foto de Flávio Império no amontoado de obras no quintal de seu atelier, os depoimentos de amigos, de afetos. Está ali o temperamento do artista e suas incursões pela arquitetura, cenografia e figurino e artes visuais.
Mas os olhares acabam se entregando mesmo a uma bancada montada no fundo da sala, num cenário que simula um atelier com objetos pessoais, obras e materiais utilizados. E muita cor. Nesse espaço circulam estudantes de várias artes que orientam o público a criar, ou pelo menos pintar, sua própria serigrafia. Quem resiste?
Basta escolher um modelo e as cores com as quais você irá pintar o pedaço de pano e em pouco tempo a arte estará presa nos varais secando. Vinte minutos depois, é só levar para casa. Eu fiz o meu, foi muito divertido.
Tem gente que já virou freguês e em vez de pintar no pano que é oferecido, traz de casa uma camiseta, uma bolsa, ou até uma saia...e sai de lá com a peça devidamente serigrafada.
Hora de ir embora, na calçada, vou bem devagarinho para casa, pra poder curtir o sol leve e o passeio.
Custo: 3,50 cafezinho e um quirche 7,00, Total: 10,50
Notas:
Um Pedaço, 7,5
Ocupação Flavio Império, 9
Casa das Rosas
Av. Paulista, 37
Itaú Cultural
Av. Paulista, 149
Um comentário:
Que lindo! Que vontade de ir às exposições!
Parabéns pela matéria!
Helena
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