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Desde a morte do cineasta Carlos Riechenbach, 67 anos, no dia 14 de junho, estou tentando acomodar uma tristeza incomum, daquelas que faz a gente ficar muito quieta. Certeza de que seres como ele, vivos, garantem o alento de que precisamos para suportar a opressão que bate todo o dia, mesmo quando o dial está no grau máximo tornando visível a insana força do opressor. Mais ainda, nos apazigua.
Tive apenas dois contatos com Carlos Riechenbach. O primeiro em uma oficina de roteiro nos anos 90 e o segundo participando da equipe de roteiro do projeto Empédocles, momento em que ele estava fascinado com as possibilidades da câmera digital pela agilidade e pela redução considerável no orçamento de uma produção. Falava dela incansavelmente, como a pedra de toque que permitiria aos que faziam cinema fazer mais cinema e dar aos que chegavam o estímulo necessário para não desistirem.
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Foram encontros breves, mas penso que até um simples café num balcão de um bar bastaria para entender que nele o cinema era a desculpa perfeita para o exercício de uma existência generosa e apaixonada.
Dias atrás, fui buscar notícias da Sessão do Comodoro que, há anos, acontece toda a primeira quarta feira do mês no CineSesc e é aberta ao público. Nela, Reichenbach exibia e comentava, em versão original, filmes de seu acervo particular. Eram encontros importantes e fiquei feliz em saber que vão continuar, “com filmes pra mais de cinco anos”.
De qualquer forma, o legado que o cineasta deixou para a História do Cinema e no coração daqueles com quem conviveu é determinante, essencial. Há um preceito cabalista que afirma ser a existência do mundo garantida pela existência de 36 justos que nele habitam. Às vezes, a morte de um deles acontece com a clara intenção de promover uma grande brecha de luz e assim equilibrar forças.
À semelhança de tal preceito, me convenço de que a morte de Carlos Reichenbach não foi apenas uma partida.
Acessem o site www.olhoslivres.com e procurem conhecer mais de perto o trabalho dessa grande figura.
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