Cadê a Marreca?
Esperava na porta do camarim para que a produtora me trouxesse o set list com as músicas do show. Enquanto isso Arismar passeava calmamente, conversava com os músicos, tocava um pouco de violão. Faltavam vinte minutos para o show.
Figura grande, com andar calmo e pesado, nem parecia ser a estrela da noite. Caminhava de lá pra cá e conversava com quem o chamasse. Da fila, todos podiam vê-lo e muitos acenavam para ele. E o aceno era sempre retribuído. O músico estava vestido com calça e camiseta largas, ambas azuis.
Entramos todos para assistir ao show, e pouquíssimos lugares ficaram vagos. Durante a apresentação, não só os lugares vagos foram tomados como também as escadas.
Arismar do Espírito Santo é um dos melhores baixistas brasileiros, e do mundo também. Ao meu lado, falavam em espanhol. Atrás de mim, em inglês. Todos esperando para ver um bom show de música instrumental brasileira.
Pontualmente sete da noite, Arismar e a flautista Léa Freire entraram no palco. Depois de agradecer a presença do público, o músico sentou-se, pegou um violão de sete cordas e começou a tocar Luizinha.
Na segunda música, entrou seu filho, Thiago Espírito Santo – ótimo instrumentista que vem conquistando seu espaço no cenário musical –, o baterista Alex Buck e o saxofonista Vinicius Dorin. E o palco ganhou corpo. Interessante dessa música é que, logo no começo, ouvíamos um som de baixo, mas Thiago (foto ao lado), que estava com o instrumento, ainda não havia começado a tocar. O som vinha do violão de sete cordas de Arismar. Em suas mãos um violão pode se transformar facilmente em muitos instrumentos.
O show não começou com força total, mas foi esquentando. Na quarta música, Caiçara, pai e filho conversavam, e foi o momento em que o palco começou a pegar fogo. Enquanto Arismar continuava com seu violão de nilon, Thiago foi para um violão doze cordas. Diálogos incríveis, solos muito bons.
O Sesc gravava a apresentação, mas isso não interveio muito no desenrolar do show. Em nenhuma momento pararam para retomar uma música, ou as coisas que normalmente acontecem quando há gravações de shows.
Entrou o trompetista Daniel D´Alcantara que, com solos rápidos (por horas em exagero), deu novo fôlego às músicas. O set list era composto por temas que faziam parte do novo cd de Arismar, Foto de Satélite.
Uma das grandes e boas surpresas veio na música Tidinho. Arismar larga o violão e vai para a... bateria! Senta no banquinho da batera, que parece pequena perto dele, e dá um show. Viradas ótimas e riffs muito bem feitos.
Depois de cerca de uma hora e dez minutos de show, antes de começar a última música, Peixada da Lola, Thiago avisa Arismar: temos de refazer a música Cadê a Marreca. E Arismar avisa, sorridente, ao público: “Gente, vamos refazer a Marreca!!! Demais!”
No bis, Marreca. Melhor do que a primeira versão que havia sido tocada logo no começo do show. Saíram, mas o público, novamente aplaudindo de pé, fez com que voltassem.
Aí então a platéia não se conteve. Arismar pegou o baixo, e muitos comemoravam! As pessoas conhecem Arismar, principalmente, como baixista. E era a primeira vez na noite que ele e seu baixo se encontravam. Já havia tocado, naquela noite, violão de nilon, de aço, guitarra, bateria. Mas baixo, que é bom, nada.
Foi ridículo. O contrabaixo, nas mãos de Arismar, parecia brinquedo de criança. Fazia do baixo um violão, uma percussão, um baixo, uma guitarra. Acho que metade dos músicos presentes na platéia (havia muitos) ficou extremamente deprimida. Enquanto a outra metade não sabia onde colocar tanta felicidade.
Parecia platéia de show de jogo de futebol. As pessoas comemoravam trechos de solos, riam com as caras e bocas de Arismar. A banda ficou parada, assistindo, esperando a deixa para entrar. E ela não vinha. O baixista continuava a solar quando, de repente, deu a nota de entrada para a banda. Flauta, sax e trompete voaram para seus respectivos microfones, enquanto o publico caiu na gargalhada.
Nota – 9
Custos
Pizza – R$ 1,50
Transporte – fui e voltei a pé
Set List: Luizinha, O Filme, Cadê a Marreca, Caiçara, Tira a Mão, Vestido Longo, Vestido Longo, Varandão, Foto do Satélite, Tidinho, Serena, A Gueixa, Peixada da Lola
Esperava na porta do camarim para que a produtora me trouxesse o set list com as músicas do show. Enquanto isso Arismar passeava calmamente, conversava com os músicos, tocava um pouco de violão. Faltavam vinte minutos para o show.
Figura grande, com andar calmo e pesado, nem parecia ser a estrela da noite. Caminhava de lá pra cá e conversava com quem o chamasse. Da fila, todos podiam vê-lo e muitos acenavam para ele. E o aceno era sempre retribuído. O músico estava vestido com calça e camiseta largas, ambas azuis.
Entramos todos para assistir ao show, e pouquíssimos lugares ficaram vagos. Durante a apresentação, não só os lugares vagos foram tomados como também as escadas.
Arismar do Espírito Santo é um dos melhores baixistas brasileiros, e do mundo também. Ao meu lado, falavam em espanhol. Atrás de mim, em inglês. Todos esperando para ver um bom show de música instrumental brasileira.
Pontualmente sete da noite, Arismar e a flautista Léa Freire entraram no palco. Depois de agradecer a presença do público, o músico sentou-se, pegou um violão de sete cordas e começou a tocar Luizinha.
Na segunda música, entrou seu filho, Thiago Espírito Santo – ótimo instrumentista que vem conquistando seu espaço no cenário musical –, o baterista Alex Buck e o saxofonista Vinicius Dorin. E o palco ganhou corpo. Interessante dessa música é que, logo no começo, ouvíamos um som de baixo, mas Thiago (foto ao lado), que estava com o instrumento, ainda não havia começado a tocar. O som vinha do violão de sete cordas de Arismar. Em suas mãos um violão pode se transformar facilmente em muitos instrumentos.
O show não começou com força total, mas foi esquentando. Na quarta música, Caiçara, pai e filho conversavam, e foi o momento em que o palco começou a pegar fogo. Enquanto Arismar continuava com seu violão de nilon, Thiago foi para um violão doze cordas. Diálogos incríveis, solos muito bons.
O Sesc gravava a apresentação, mas isso não interveio muito no desenrolar do show. Em nenhuma momento pararam para retomar uma música, ou as coisas que normalmente acontecem quando há gravações de shows.
Entrou o trompetista Daniel D´Alcantara que, com solos rápidos (por horas em exagero), deu novo fôlego às músicas. O set list era composto por temas que faziam parte do novo cd de Arismar, Foto de Satélite.
Uma das grandes e boas surpresas veio na música Tidinho. Arismar larga o violão e vai para a... bateria! Senta no banquinho da batera, que parece pequena perto dele, e dá um show. Viradas ótimas e riffs muito bem feitos.
Depois de cerca de uma hora e dez minutos de show, antes de começar a última música, Peixada da Lola, Thiago avisa Arismar: temos de refazer a música Cadê a Marreca. E Arismar avisa, sorridente, ao público: “Gente, vamos refazer a Marreca!!! Demais!”
No bis, Marreca. Melhor do que a primeira versão que havia sido tocada logo no começo do show. Saíram, mas o público, novamente aplaudindo de pé, fez com que voltassem.
Aí então a platéia não se conteve. Arismar pegou o baixo, e muitos comemoravam! As pessoas conhecem Arismar, principalmente, como baixista. E era a primeira vez na noite que ele e seu baixo se encontravam. Já havia tocado, naquela noite, violão de nilon, de aço, guitarra, bateria. Mas baixo, que é bom, nada.
Foi ridículo. O contrabaixo, nas mãos de Arismar, parecia brinquedo de criança. Fazia do baixo um violão, uma percussão, um baixo, uma guitarra. Acho que metade dos músicos presentes na platéia (havia muitos) ficou extremamente deprimida. Enquanto a outra metade não sabia onde colocar tanta felicidade.
Parecia platéia de show de jogo de futebol. As pessoas comemoravam trechos de solos, riam com as caras e bocas de Arismar. A banda ficou parada, assistindo, esperando a deixa para entrar. E ela não vinha. O baixista continuava a solar quando, de repente, deu a nota de entrada para a banda. Flauta, sax e trompete voaram para seus respectivos microfones, enquanto o publico caiu na gargalhada.
Nota – 9
Custos
Pizza – R$ 1,50
Transporte – fui e voltei a pé
Set List: Luizinha, O Filme, Cadê a Marreca, Caiçara, Tira a Mão, Vestido Longo, Vestido Longo, Varandão, Foto do Satélite, Tidinho, Serena, A Gueixa, Peixada da Lola
Um comentário:
Rapaz! Sou apaixonado pelo trabalho do Arismar. Não vejo a hora de poder por os olhos nisso!!!!
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