Ali na sala nem todos eram bailarinos. Tinha atores e até uma fisioterapeuta que trouxe consigo um olhar particular sobre a
dança “eu cuido das pessoas e a dança cuida de mim”. Mas, o mais importante é
que, assim que a função começou, todos os corpos que lá estavam – de diferentes
lugares e outras origens - soaram com incrível beleza durante uma hora e meia, tempo
em que a música de Caito Marcondes e seu Zendrum dançou por toda a sala Renée
Gumiel, na Funarte.
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Bruna: "trabalhar a escuta na relação entre dançarino e músico" |
Era a estreia da série de Jam Sessions, improvisação de dança com
música ao vivo da Ocupação Inquietos.
A série faz parte da programação gratuita do projeto e será sempre aos
domingos, às quatro da tarde, até o final de setembro. A cada encontro, um
músico diferente como convidado.
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Caito e o Zendrum |
A primeira Jam dos Inquietos começou com o convite de Bruna Piccazio,
diretora artística do projeto. Ela reuniu os participantes na sala Renée Gumiel
e propôs “trabalhar a escuta na relação entre dançarino e músico”. De sentir a
si e ao outro, o todo, de ouvir ao redor. Em seguida, foi a vez do músico
convidado, o percussionista Caito Marcondes, sugerir o tema. Ele propôs - como
uma linha muito suave que poderia (e até deveria) ser transgredida - criar um
espaço com os sons de origem, de primitivas florestas, da vida natural, baixa
densidade demográfica. E a partir daí a música iria, numa escala evolutiva,
transformando esse espaço, reduzindo suas dimensões, trazendo uma população
mais densa e os seus novos sons.
“Eu nem sabia o que era jam”

O que se viu em seguida é difícil descrever
principalmente
pela beleza com que foi realizado. Caio Zalc, diretor de comunicação
do projeto e também bailarino, disse não saber ao certo quem estava tocando e
quem estava dançando! O percussionista Caito, com talento e habilidade, conseguiu
diálogos lindíssimos com os participantes da Jam. Por sua vez, cheios de sensibilidade e consistência, os dançarinos
criaram ideias que pareciam coreografias. Cenas que se desenvolvidas,
resultariam em espetáculos inteiros. E foram muitas delas. E foram momentos tocantes.
No final, todos exaustos, mas com a
certeza de ter sido essa uma experiência e tanto. Para alguns era a primeira Jam, para outros a primeira com música
ao vivo e alguns confessaram “eu nem sabia o que era jam”.
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No final, galera destruida e feliz! |
A próxima Jam Session da
Ocupação Inquietos será no dia 26 de julho e irá trazer outro craque como convidado, o suíço Thomas Rhorer, rabequeiro e saxofonista. Ele pesquisa
música contemporânea, além de criar novas sonoridades a partir de instrumentos
inusitados amplificados. Radicado no Brasil desde 1995, tem um trabalho ligado à
improvisação livre, ao jazz contemporâneo e à música regional brasileira. De
colher para os Inquietos!
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