Nessa semana o circuito paulistano foi invadido por inúmeros curtas-metragens dos mais diversos gêneros, tendências e diretores, que, separados em blocos temáticos, compõem o 17º Festival de curtas da cidade.
Fui ao Cinusp nessa quarta-feira às 16 horas assistir a um bloco de seis curtas entitulado “Cinema em Curso 3”. Escolhi por ser o melhor lugar e horário durante a semana, apesar de entre os filmes selecionados não estar nenhum dos mais aclamados pela crítica devido às inovações nas técnicas ou na narrativa. Enfim, lá fui eu novamente, sem saber ao certo o que esperar.
Cheguei após dez minutos do início da sessão, o que me fez perder uma parte do início do primeiro filme, “Berenice”. Sentei-me na primeira fileira, a única onde consegui enxergar os assentos, e comecei a me esforçar para entender o curta, rodado em preto e branco com uma textura granulada. O que mais me chamou a atenção foram as poesias (que na hora me lembraram um pouco Arnaldo Antunes) que o ator principal falava no decorrer do curta: “Amortecido, Amor tecido, A morte cedo”. Quando os créditos subiram, entendi que era uma produção universitária livremente baseada no conto homônimo de Edgar Alan Poe e na poesia de Augusto dos Anjos.
O segundo filme foi “A Vingança da Bibliotecária” (foto 1), no melhor estilo trash de terror, e arrancou boas gargalhadas do público. Também uma produção universitária (Assim como todos os outros que vieram depois).
“Transtorno” é um pouco mais bem produzido, e narra em tom sarcástico, como numa tragicomédia, a história de um jovem paranóico (ou transtornado) que mata a velhinha que mora com ele. Lembrou “Durval Discos”, mas menos intenso e atormentador.
O filme seguinte, “O Vôo”, é quase pueril, mas com um toque psicodélico. Bonitinho. Depois veio “O Mensageiro de Arben”, que soou como uma tentativa frustrada de mistura de três filmes conhecidos no cinema norte-americano: “Jogos Mortais”, “O Cubo” e “Matrix”. Muitíssimo engraçado devido ao amadorismo e a péssima atuação dos atores, serviu para o público descontrair e dar boas gargalhadas.
O último foi “Um Mundo Secreto”, o único que conta com a presença de um ator famoso, o global Eduardo Moscovis. Interessante, intrigante, mas ficou a sensação de não ter muito propósito, meio “sem pé nem cabeça”.
Apesar de não ter assistidos aos filmes mais comentados e elogiados, foi uma oportunidade bacana ver filmes de caráter quase experimental, produzidos por diretores-estudantes. Mais bacana ainda a iniciativa de tê-los incluído em um festival que conta com filmes de diretores consagrados e produções internacionais.
O Festival vai até essa quinta-feira 31 no Cinusp, MIS, Unibanco Arteplex, Espaço Unibanco, CCSP, Faap e na Sala Cinemateca.
Mais informações: www.kinoforum.org.br/curtas/2006.
Nota - 7
Custos - nada
(imagens de divulgação)
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