Farra no Canil
A cervejada da ECA – Escola de Comunicação e Artes da USP – estava lotada. De um lado, manifestações estudantis – um cara que falava ao microfone –, de outro, uma fogueira, cheia de gente em volta.
De repente, alguns músicos apareceram perto da fogueira e, tocando, convidaram aquelas pessoas para assistir sua apresentação. Foram atendidos, e todos entraram no “Canil”. Canil é onde as bandas tocam, um lugar que parece uma banheira. É como um buraco no chão, o que ajuda, e muito, sua acústica.
Logo o Canil estava lotado, e aí aconteceu algo espontâneo: um cara, do nada, resolveu fazer uma apresentação, encenar enquanto a banda tocava. Felipe (fig.1), o vocal da banda, que entre outras coisas é animador de navios, embarcou nessa viagem. Eles dançavam, fingiam ataques epiléticos, faziam mímicas, como a de um puxar o outro com uma corda, ou então um inflar o outro. Num determinado momento simularam uma briga em câmera lenta, foi sensacional! Era tudo espontâneo, tudo improvisado. Muita sintonia.
O esquema da ECA é o seguinte: toca quem quer. Apesar disso, a base da banda, bateria e baixo, permaneceu mais ou menos inalterada. Por causa dessa troca de músicos, principalmente de vocalistas, deu para ouvir muitas sonoridades diferentes. Havia samba, funk/soul, Raul Seixas, Chico Buarque, maracatu, rock, forró. Esse último estilo foi o convite perfeito para que todo o Canil dançasse. E dançaram, dançaram muito.
Além de Felipe e do doidão que virou seu parceiro cênico, havia uma menina que também atraia atenção do público. A garota brincava com um jabolô – brinquedo feito por um pedaço de barbante amarrado a dois tocos de madeira, no qual se equilibra um objeto semelhante a uma ampulheta.
Juntou-se a eles um imitador. Com voz idêntica a do Sílvio Santos, cantou clássicos de Chico Buarque. A platéia inteira rolou de rir.
Muitos instrumentos eram alternativos. Havia um saxofone de bambu, um apitinho que lembrava uma corneta, instrumentos percussivos feitos de materiais diferentes.
A apresentação começou dez da noite. Às duas da manhã ainda havia gente animada tocando. Poucas pessoas assistindo, é verdade, mas ainda sim o som continuava solto.
Reportagem e fotos – Gaia Gonçalves
Texto – Luciano Piccazio Ornelas
Nota - 9
Custos:
Comes e bebes - R$ 10,00
Transporte – Carona ida e volta
Total – R$ 10,00
Comes e bebes - R$ 10,00
Transporte – Carona ida e volta
Total – R$ 10,00
Um comentário:
Hahahahha Adorei ler o texto!
Eu era o cara q imitava o Sílvio e que cantou com o doidão da foto!!! Foi mto legal essa Q&B, memorável... ressalto ainda q neste dia cantamos tb em cima do canil... no teto: brisa total!!!
Bom, recomendo, pois vou em todas na ECA!!! Grande abraço!!!!
Milton Bart
(miltonpcn@yahoo.com.br)
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