Áreas Vip´s em shows gratuitos?
Quantas vezes já vimos em shows gratuitos áreas Vip´s enormes separando o palco do público? Áreas nas quais os convidados se sentam tranqüilamente para assistir ao show, independente do horário de chegada, enquanto o resto do público se mata para conseguir ao menos ver o artista. Parece estranho, mas mesmo em lugares teoricamente democráticos há segregações. Há aqueles que podem, e os que não podem.
Quem observa o dia-a-dia da cidade não pode nem ficar surpreso. Afinal, São Paulo muitas vezes parece ser um jogo social sem fim. Favores, concessões e interesses movem pessoas e empresas. Com a arte não é diferente.
O movimento negro tem vários lemas. Um deles é “os direitos iguais são menos iguais para nós”. Estão certíssimos, já que há gerações são massacrados e marginalizados da sociedade. Essa nossa sociedade, dita sem preconceitos.
Esta segregação vai radicalmente contra a idéia de democratização da arte. Mostra que alguns promotores ainda tratam a arte como mercadoria, e parecem desconhecer o seu verdadeiro significado. Tal fato fica muito claro na medida em que a atenção e o interesse por parte desses agentes concentra-se apenas nos patrocinadores. Nesses casos torna-se visível a total falta de compromisso com a arte, mantendo-se o foco apenas e tão somente nos lucros que ela pode gerar. .
É evidente que patrocínios são importantes, não é isso que está sendo discutido. Só que patrocinadores e patrocinados têm de estar cientes que a arte é social, que representa muito para as pessoas e que tem uma função ímpar, tanto de mobilização, de compreensão da vida, de divertimento, de lucidez e outros.
O Parque do Ibirapuera, para tentar resolver o impasse, baixou uma norma. Não haverá mais áreas cercadas em frente ao palco, que seja de acesso exclusivo de patrocinadores e convidados. Esse lugar será destinado aos idosos e pessoas com problemas físicos. Louvável gesto que tem de ser imitado. E fiscalizado.
Um exemplo clássico de segregacionismo se deu no Bourbon Street Fest. Lugar lotado, impossível para os claustrofóbicos de plantão. Enquanto cerca de quinze mil pessoas se amontoavam para tentar enxergar algumas das bandas de New Orleans, um imenso espaço separava o mais fiel espectador do palco. Dentro desse espaço, patrocinadores elegantemente sentados, crianças correndo de um lado para o outro, refrigerantes e cervejas passando nas mãos dos chamados Vips. Do lado de fora da área segregada, pessoas mal conseguiam respirar, se acotovelando por um lugarzinho. Um sol sem piedade queimando os miolos.
É imprescindível tentarmos mudar essa situação. Que ao menos nos conscientizemos de que isso é mais um fator que divide a nossa sociedade entre duas classes: a dos que podem e a dos que não podem. Lutar para que isso acabe, em vez de torcer para passarmos para o time dos que podem.
Quantas vezes já vimos em shows gratuitos áreas Vip´s enormes separando o palco do público? Áreas nas quais os convidados se sentam tranqüilamente para assistir ao show, independente do horário de chegada, enquanto o resto do público se mata para conseguir ao menos ver o artista. Parece estranho, mas mesmo em lugares teoricamente democráticos há segregações. Há aqueles que podem, e os que não podem.
Quem observa o dia-a-dia da cidade não pode nem ficar surpreso. Afinal, São Paulo muitas vezes parece ser um jogo social sem fim. Favores, concessões e interesses movem pessoas e empresas. Com a arte não é diferente.
O movimento negro tem vários lemas. Um deles é “os direitos iguais são menos iguais para nós”. Estão certíssimos, já que há gerações são massacrados e marginalizados da sociedade. Essa nossa sociedade, dita sem preconceitos.
Esta segregação vai radicalmente contra a idéia de democratização da arte. Mostra que alguns promotores ainda tratam a arte como mercadoria, e parecem desconhecer o seu verdadeiro significado. Tal fato fica muito claro na medida em que a atenção e o interesse por parte desses agentes concentra-se apenas nos patrocinadores. Nesses casos torna-se visível a total falta de compromisso com a arte, mantendo-se o foco apenas e tão somente nos lucros que ela pode gerar. .
É evidente que patrocínios são importantes, não é isso que está sendo discutido. Só que patrocinadores e patrocinados têm de estar cientes que a arte é social, que representa muito para as pessoas e que tem uma função ímpar, tanto de mobilização, de compreensão da vida, de divertimento, de lucidez e outros.
O Parque do Ibirapuera, para tentar resolver o impasse, baixou uma norma. Não haverá mais áreas cercadas em frente ao palco, que seja de acesso exclusivo de patrocinadores e convidados. Esse lugar será destinado aos idosos e pessoas com problemas físicos. Louvável gesto que tem de ser imitado. E fiscalizado.
Um exemplo clássico de segregacionismo se deu no Bourbon Street Fest. Lugar lotado, impossível para os claustrofóbicos de plantão. Enquanto cerca de quinze mil pessoas se amontoavam para tentar enxergar algumas das bandas de New Orleans, um imenso espaço separava o mais fiel espectador do palco. Dentro desse espaço, patrocinadores elegantemente sentados, crianças correndo de um lado para o outro, refrigerantes e cervejas passando nas mãos dos chamados Vips. Do lado de fora da área segregada, pessoas mal conseguiam respirar, se acotovelando por um lugarzinho. Um sol sem piedade queimando os miolos.
É imprescindível tentarmos mudar essa situação. Que ao menos nos conscientizemos de que isso é mais um fator que divide a nossa sociedade entre duas classes: a dos que podem e a dos que não podem. Lutar para que isso acabe, em vez de torcer para passarmos para o time dos que podem.
7 comentários:
opa!
tá rolando uma dicussão sobre esse texto numa comunidade do orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4362038
Óttima escolha de assunto pra esse editorial!!! Falou tudo!!! é péssimo ver o descaso que existe e não ter nenhuma esperança que isso vá mudar... você fez sua parte denunciando!
"Lutar para que isso acabe, em vez de torcer para passarmos para o time dos que podem."
Se pudessemos repercutir essa idéia, não apenas a uma circunstância específica mas a todas as circunstâncias em que houvesse desigualdade e desamor, certamente estaríamos cumprindo o nosso papel no mundo.
também comentaram na comunidade http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=37456&tid=2489202681456528329&start=1
Lu, nessa comunidade do orkut tb!
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=1280530&tid=2489201878297643977&na=4
bjos
Sempre que posso, atiro udo o que posso nessa tal de área vip. No show dos Stones em Copacabana, arremessei 4 copos descartáveis de agua com uma mistura de areia + urina. 3 acertaram algum vip! Foi o melhor show que já fui!
Concordo com tudo o que você disse. Boa causa, essa. Um beijo, luc
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