Do lado de lá
Interessante foi a palavra mais adequada que consegui escolher para o documentário “Escritores nas Fronteiras”. Muito foi a palavra que não quis se desvincular do adjetivo. Muito interessante.Uma proposta corajosa e diferente em que oito escritores de diversas partes do mundo – entre eles o português José Saramago – foram convidados a fazer um diário de bordo em território palestino.
O documentário conta com imagens fortes da invasão israelense e diálogos marcantes entre os escritores e Mahmud Darwish, poeta palestino cujo centro cultural que dirigia e sua casa foram destruídos pelo exército, em 2003. Mahmud vive hoje foragido na França.
Como a exibição do filme fazia parte de uma programação voltada à cultura árabe, o documentário propunha uma visão diferente daquela, geralmente, fornecida pela mídia. Obviamente não se trata de um filme imparcial que apenas quer retratar os fatos. A intenção, embora não seja panfletária, é propor um deslocamento de foco mostrando a realidade dos árabes que vivem em condições precárias na Palestina. Há uma mistura, bastante equilibrada entre depoimentos de pessoas fanáticas e, por exemplo, reuniões com a Organização de Paz. No entanto, suponho que a maioria dos 25 espectadores que assistiram ao documentário na sala Olido eram ligados à cultura árabe. E entre eles, duas fileiras atrás de onde eu assistia, um homem bateu palmas assim que terminou o depoimento fortemente apaixonado de um árabe.
O filme tem uma seqüência direta e criativa de imagens muito bem encaixadas com as falas dos escritores. Bons momentos aconteceram quando a tela ficava sem imagem, somente com a fala de algum dos escritores dando sua opinião com relação a situação palestina. O cinema ficava todo escuro, apenas com as legendas amarelas no canto inferior da tela e a voz do escritor ecoando até que fosse cortada por alguma imagem forte e mais real do que o lirismo com que eles narravam.
Com teor político bem construído, o filme me fez sair do cinema com curiosidade e interesse quanto à questão Palestina. Ainda que naqueles pouco mais de 80 minutos tenham sido passados a partir de uma visão árabe, o documentário deixa espaços para questionamentos e indagações. Não se trata de uma opinião formalizada em documentário, é, antes de tudo, uma denúncia. Talvez o segredo de um bom documentário seja exatamente esse: o de prender a atenção e suscitar o interesse do público nas questões abordadas.
Custos
Transporte – R$ 2,10 (ida de carona e volta de metrô)
Total – R$ 2,10
NOTA – 9,0
O documentário conta com imagens fortes da invasão israelense e diálogos marcantes entre os escritores e Mahmud Darwish, poeta palestino cujo centro cultural que dirigia e sua casa foram destruídos pelo exército, em 2003. Mahmud vive hoje foragido na França.
Como a exibição do filme fazia parte de uma programação voltada à cultura árabe, o documentário propunha uma visão diferente daquela, geralmente, fornecida pela mídia. Obviamente não se trata de um filme imparcial que apenas quer retratar os fatos. A intenção, embora não seja panfletária, é propor um deslocamento de foco mostrando a realidade dos árabes que vivem em condições precárias na Palestina. Há uma mistura, bastante equilibrada entre depoimentos de pessoas fanáticas e, por exemplo, reuniões com a Organização de Paz. No entanto, suponho que a maioria dos 25 espectadores que assistiram ao documentário na sala Olido eram ligados à cultura árabe. E entre eles, duas fileiras atrás de onde eu assistia, um homem bateu palmas assim que terminou o depoimento fortemente apaixonado de um árabe.
O filme tem uma seqüência direta e criativa de imagens muito bem encaixadas com as falas dos escritores. Bons momentos aconteceram quando a tela ficava sem imagem, somente com a fala de algum dos escritores dando sua opinião com relação a situação palestina. O cinema ficava todo escuro, apenas com as legendas amarelas no canto inferior da tela e a voz do escritor ecoando até que fosse cortada por alguma imagem forte e mais real do que o lirismo com que eles narravam.
Com teor político bem construído, o filme me fez sair do cinema com curiosidade e interesse quanto à questão Palestina. Ainda que naqueles pouco mais de 80 minutos tenham sido passados a partir de uma visão árabe, o documentário deixa espaços para questionamentos e indagações. Não se trata de uma opinião formalizada em documentário, é, antes de tudo, uma denúncia. Talvez o segredo de um bom documentário seja exatamente esse: o de prender a atenção e suscitar o interesse do público nas questões abordadas.
Custos
Transporte – R$ 2,10 (ida de carona e volta de metrô)
Total – R$ 2,10
NOTA – 9,0
Matéria por Fernanda Almeida Silva
4 comentários:
Parabéns Fernanda!
Igualmente interessante foi o seu olhar
bom texto
boas observações
mas faltou aquela nossa edição! hehehehheh (nããããão!)
Muito bom! Parabens! Fiquei com vontade de ver o documentario.
Abraco, Helena Piccazio
Muito bom! Parabens! Fiquei com vontade de ver o documentario.
Abraco, Helena Piccazio
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