Artes unidas pelo humor
Era impressionante a quantidade de pessoas lendo diferentes livros antes da apresentação. Nos sofás e bancos de espera do Sesc apenas uma característica em comum: O público era formado por pessoas realmente apaixonadas por literatura. A maioria era de adultos e idosos isolados, cada um em seu espaço. Todos aguardavam o início de uma demonstração intensa de arte.
No ano de cinqüentenário de Bertolt Brecht, importante teatrólogo, poeta e filósofo da Alemanha, a homenagem seria feita com base em uma de suas personagens mais marcantes, que inclusive tornou-se um de seus alteregos: Sr. Keuner - ou mais conhecido apenas como Sr. K. A proposta de Marcos Ferreira (criador e diretor musical) é de uma riqueza empolgante: unir a música às belas histórias criadas com o Sr. K. Ou seja, fundir dois tipos variados de arte para que uma valorizasse a outra.
Havia quatro instrumentistas de sopro, um baixo, uma bateria e um piano. Também havia dois intérpretes. Uma grande estrutura montada para que cada frase de Keuner chamasse a atenção do público presente. Iniciando com uma metáfora, recurso freqüentemente utilizado por Brecht, uma análise de toda a sociedade humana e seu estado atual foi apresentada com as intervenções naturais de todos músicos, que eram um destaque a parte. Entrosados e com criatividade, todos faziam com que o objetivo fosse alcançado: o público dispensava toda sua atenção aos talentosos artistas no palco. E não tinha como ser diferente.
Com belos solos de flauta, notas de baixo pontuais e bateria extremamente criativa, até os textos mais curtos e sem força recebiam um tratamento especial. Com clara influência do Jazz, a banda ressaltava as piadas, complementava-as e até era responsável por várias. Diversão e talento estavam garantidos. As interpretações dos atores Maria Tendlau e Otávio Martins eram seguras e acertavam o tempo ideal do humor. Risadas honestas sempre eram arrancadas a cada história.
Os temas eram os mais diversos, contados através de situações exóticas. Com uma certa ingenuidade e sempre presente bom humor, Sr. K relatava as dificuldades e desejos do ser humano em suas relações com o mundo em que vive. Desde amor até religião tudo era muito próximo ao espectador e, ainda assim, surpreendente pela forma com que eram abordados. Para completar a graça muitas vezes infantil que existia nas histórias, havia desenhos feitos por Guto Lacaz. Também inusitado era o símbolo da aproximação entre artistas e apreciadores.
Vieram os aplausos contagiantes e pedidos de bis. Sem titubear, os músicos o fizeram e conquistaram de vez a simpatia dos apaixonados pela arte feita com dedicação e criatividade. Dessa forma, só nos sobrou a saudade dos risos daquela noite. Mas as animadas músicas ainda ecoam na minha cabeça até agora. Espero que não saiam mais!
Custos
Transporte – R$ 0,00 (Ida e volta a pé)
Total – R$ 0,00
Nota – 9,5
Por Allan Brito
No ano de cinqüentenário de Bertolt Brecht, importante teatrólogo, poeta e filósofo da Alemanha, a homenagem seria feita com base em uma de suas personagens mais marcantes, que inclusive tornou-se um de seus alteregos: Sr. Keuner - ou mais conhecido apenas como Sr. K. A proposta de Marcos Ferreira (criador e diretor musical) é de uma riqueza empolgante: unir a música às belas histórias criadas com o Sr. K. Ou seja, fundir dois tipos variados de arte para que uma valorizasse a outra.
Havia quatro instrumentistas de sopro, um baixo, uma bateria e um piano. Também havia dois intérpretes. Uma grande estrutura montada para que cada frase de Keuner chamasse a atenção do público presente. Iniciando com uma metáfora, recurso freqüentemente utilizado por Brecht, uma análise de toda a sociedade humana e seu estado atual foi apresentada com as intervenções naturais de todos músicos, que eram um destaque a parte. Entrosados e com criatividade, todos faziam com que o objetivo fosse alcançado: o público dispensava toda sua atenção aos talentosos artistas no palco. E não tinha como ser diferente.
Com belos solos de flauta, notas de baixo pontuais e bateria extremamente criativa, até os textos mais curtos e sem força recebiam um tratamento especial. Com clara influência do Jazz, a banda ressaltava as piadas, complementava-as e até era responsável por várias. Diversão e talento estavam garantidos. As interpretações dos atores Maria Tendlau e Otávio Martins eram seguras e acertavam o tempo ideal do humor. Risadas honestas sempre eram arrancadas a cada história.
Os temas eram os mais diversos, contados através de situações exóticas. Com uma certa ingenuidade e sempre presente bom humor, Sr. K relatava as dificuldades e desejos do ser humano em suas relações com o mundo em que vive. Desde amor até religião tudo era muito próximo ao espectador e, ainda assim, surpreendente pela forma com que eram abordados. Para completar a graça muitas vezes infantil que existia nas histórias, havia desenhos feitos por Guto Lacaz. Também inusitado era o símbolo da aproximação entre artistas e apreciadores.
Vieram os aplausos contagiantes e pedidos de bis. Sem titubear, os músicos o fizeram e conquistaram de vez a simpatia dos apaixonados pela arte feita com dedicação e criatividade. Dessa forma, só nos sobrou a saudade dos risos daquela noite. Mas as animadas músicas ainda ecoam na minha cabeça até agora. Espero que não saiam mais!
Custos
Transporte – R$ 0,00 (Ida e volta a pé)
Total – R$ 0,00
Nota – 9,5
Por Allan Brito
2 comentários:
Olá,
Conheci o blog de vcs há algum tempo e gostei bastante. A "área cultural paulistana" é 8 ou 80(cara ou barata). As dicas postadas aqui são ótimas, não só pelo preço, mas também pelo conteúdo.
Abraço
Mari Valadares
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