“Que o mundo é bonito”
Alguma coisa acontece no Sesc Vila Mariana. De longe, assim que passamos a entrada do lugar, já vemos os vidros do Hall pintados; mais uma exposição? Também. Uma mostra de quadros de um artista que morreu no ano passado e deixou para nós um legado de arte expressionista de qualidade altíssima.
Certo dia, uma jornalista perguntou ao desenhista Aldemir Martins o que queria dizer com sua obra. “Que o mundo é bonito”, respondeu.
A resposta, magnífica e simples, não fica só no discurso. Nas obras deste artista brasileiro se refletem a beleza humana e o cotidiano de bichos e gentes de forma contemporânea e compreensível, bela e direta.
Cores fortes, traços fortes e mensagens simples. Pode haver mil interpretações para o quadro Gatão Azul, mas, em suma, é só um gato azul. E isso que é o mais bonito das obras deste artista; ser direto e passar as mensagens simples e importantes, como o desenvolvimento do amor pela natureza para quem vê seus quadros.
Um desenho belíssimo é Cavalo Vermelho, no qual pinta um cavalo visto de frente – tipo de desenho considerado difícil de ser feito.
Além de seus desenhos e pinturas (os dois, na verdade, se misturam), há uma parte da exposição com esculturas do artista. Uma que chama a atenção é a Galo/Vermelho, feita de resina acrílica. São esculturas que despertam o interesse por motivos similares aos dos quadros, como beleza pela simplicidade e traços fortes e “exagerados”.
Avançando mais um pouco, há uma seção que lembra uma cozinha. Nela, estão expostos objetos que levam os traços de Aldemir Martins. Canecas com desenhos seus, latas de tintas, caixas de fósforo e até máquinas de escrever! Nisso, pode-se ver que o artista conseguiu conciliar em sua carreira a arte e sua comercialização. O instinto comercial da Arte Contemporânea.
Dá pra notar a mudança no traço do artista no decorrer dos anos e décadas, e uma das muitas qualidades da exposição montada por Jacob Klintowitz é exatamente expor as obras de modo cronológico. Na década de sessenta, tinha cores gritantes e traços fortes, num estilo expressionista contemporâneo. Depois, fica claro que tenta trabalhar com as várias tonalidades de cinza, sem deixar de pintar quadros laranjas, vermelhos, verdes e afins.
Se for visitar essa exposição (vale o esforço), não deixe de ver o quadro A Flor do Café. É em preto-e-branco, com o desenho de uma mulher que segura uma rosa. A rosa, vermelha, é o único objeto colorido do quadro.
Nota 9,5
Custos
Transporte (fui e voltei a pé)
Café – R$ 1,30
Alguma coisa acontece no Sesc Vila Mariana. De longe, assim que passamos a entrada do lugar, já vemos os vidros do Hall pintados; mais uma exposição? Também. Uma mostra de quadros de um artista que morreu no ano passado e deixou para nós um legado de arte expressionista de qualidade altíssima.
Certo dia, uma jornalista perguntou ao desenhista Aldemir Martins o que queria dizer com sua obra. “Que o mundo é bonito”, respondeu.
A resposta, magnífica e simples, não fica só no discurso. Nas obras deste artista brasileiro se refletem a beleza humana e o cotidiano de bichos e gentes de forma contemporânea e compreensível, bela e direta.
Cores fortes, traços fortes e mensagens simples. Pode haver mil interpretações para o quadro Gatão Azul, mas, em suma, é só um gato azul. E isso que é o mais bonito das obras deste artista; ser direto e passar as mensagens simples e importantes, como o desenvolvimento do amor pela natureza para quem vê seus quadros.
Um desenho belíssimo é Cavalo Vermelho, no qual pinta um cavalo visto de frente – tipo de desenho considerado difícil de ser feito.
Além de seus desenhos e pinturas (os dois, na verdade, se misturam), há uma parte da exposição com esculturas do artista. Uma que chama a atenção é a Galo/Vermelho, feita de resina acrílica. São esculturas que despertam o interesse por motivos similares aos dos quadros, como beleza pela simplicidade e traços fortes e “exagerados”.
Avançando mais um pouco, há uma seção que lembra uma cozinha. Nela, estão expostos objetos que levam os traços de Aldemir Martins. Canecas com desenhos seus, latas de tintas, caixas de fósforo e até máquinas de escrever! Nisso, pode-se ver que o artista conseguiu conciliar em sua carreira a arte e sua comercialização. O instinto comercial da Arte Contemporânea.
Dá pra notar a mudança no traço do artista no decorrer dos anos e décadas, e uma das muitas qualidades da exposição montada por Jacob Klintowitz é exatamente expor as obras de modo cronológico. Na década de sessenta, tinha cores gritantes e traços fortes, num estilo expressionista contemporâneo. Depois, fica claro que tenta trabalhar com as várias tonalidades de cinza, sem deixar de pintar quadros laranjas, vermelhos, verdes e afins.
Se for visitar essa exposição (vale o esforço), não deixe de ver o quadro A Flor do Café. É em preto-e-branco, com o desenho de uma mulher que segura uma rosa. A rosa, vermelha, é o único objeto colorido do quadro.
Nota 9,5
Custos
Transporte (fui e voltei a pé)
Café – R$ 1,30
Um comentário:
Olá!!
Cai de pára-quedas no blog, depois que vi o link numa das comunidades do orkut e nunca mais deixei de visitar...
Parabéns pelo trabalho de vcs!! Adoro a forma com que escrevem sobre as coisas bacanas que estão rolando por aí... dá mais vontade de conhecer, rs*
Boa semana!!
Até a próxima!!
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