“Beba do samba”
O projeto “5° na faixa”, do Centro Cultural de São Paulo, tem se mostrado um eficiente meio de divulgação de talentos. O Grupo dos sete aproveitou esta oportunidade para gravar o DVD de sua montagem “Teatrosamba do caixote”. Mesmo antes das sete horas, horário previsto para o início, o grupo já havia iniciado o espetáculo na sala Adoniran Barbosa, o que confundiu o público recém-chegado ao local.
Seis homens e uma mulher preenchiam o palco, sentados em caixotes, em um círculo, simulando uma roda de samba tradicional. Após a primeira canção explicou-se o motivo do início confuso, ainda sem a presença de todos: aquelas músicas tocadas seriam os extras do DVD, portanto não faziam parte necessariamente do show.
A proposta era a mistura de diversos sambas com cenas de teatro. Eram quatro instrumentos para a música ao vivo: violão, cavaquinho, flauta e recursos de percussão, enquanto os outros três revezavam-se no vocal. Uma idéia interessante que realmente parecia funcionar, pois o público se animava com as músicas alegres e davam risadas com as cenas inseridas no contexto do evento. Poemas diversos foram musicados, enriquecendo cada palavra através dos belos arranjos inseridos.
Porém, o que era para ser mais um atrativo do show tornou-se o grande problema: a gravação do DVD. Desde a espera para que trocassem as fitas das câmeras até a repetição de uma mesma cena três ou quatro vezes, tudo ao redor do público fazia com que nos sentíssemos em um estúdio musical. Quando um erro era cometido, tudo parava e voltava até um ponto anterior, para que a cena fosse registrada com uma suposta perfeição. Por vezes este problema foi motivo de risadas, quando os atores souberam lidar com a dificuldade e criaram piadas para não perder o público. Outras, porém, o clima de descontentamento com aquela atitude era evidente.
Mesmo passando por problemas de entrosamento e errando diversos tempos e letras das músicas, ainda existia intimidade dos atores com o público. E isto acontecia devido ao enorme carisma e talento esbanjado no palco. Contextos históricos das influências naquelas montagens também colaboraram, pois foram apresentados com clareza, como a história da personagem criada pelo engenheiro Alexandre Marcondes Machado: Baronelli, que era italiano e proporcionou as melhores risadas daquela noite, mesmo que tenham sido poucas.
Por fim, ainda houve tempo para duas homenagens a São Paulo, citando o nosso metrô e um clássico poema de Mário de Andrade musicado. Apesar dos diversos erros e das inúmeras repetições de cenas e canções, a mensagem foi transmitida, resumida na música de entrada e de despedida, entoada por todos no final: “Beba do samba, beba da chama também”.
Custos:
Transporte – R$ 0,00 (ida e volta a pé)
Total – R$ 0,00
Nota – 8
por Allan Brito
O projeto “5° na faixa”, do Centro Cultural de São Paulo, tem se mostrado um eficiente meio de divulgação de talentos. O Grupo dos sete aproveitou esta oportunidade para gravar o DVD de sua montagem “Teatrosamba do caixote”. Mesmo antes das sete horas, horário previsto para o início, o grupo já havia iniciado o espetáculo na sala Adoniran Barbosa, o que confundiu o público recém-chegado ao local.
Seis homens e uma mulher preenchiam o palco, sentados em caixotes, em um círculo, simulando uma roda de samba tradicional. Após a primeira canção explicou-se o motivo do início confuso, ainda sem a presença de todos: aquelas músicas tocadas seriam os extras do DVD, portanto não faziam parte necessariamente do show.
A proposta era a mistura de diversos sambas com cenas de teatro. Eram quatro instrumentos para a música ao vivo: violão, cavaquinho, flauta e recursos de percussão, enquanto os outros três revezavam-se no vocal. Uma idéia interessante que realmente parecia funcionar, pois o público se animava com as músicas alegres e davam risadas com as cenas inseridas no contexto do evento. Poemas diversos foram musicados, enriquecendo cada palavra através dos belos arranjos inseridos.
Porém, o que era para ser mais um atrativo do show tornou-se o grande problema: a gravação do DVD. Desde a espera para que trocassem as fitas das câmeras até a repetição de uma mesma cena três ou quatro vezes, tudo ao redor do público fazia com que nos sentíssemos em um estúdio musical. Quando um erro era cometido, tudo parava e voltava até um ponto anterior, para que a cena fosse registrada com uma suposta perfeição. Por vezes este problema foi motivo de risadas, quando os atores souberam lidar com a dificuldade e criaram piadas para não perder o público. Outras, porém, o clima de descontentamento com aquela atitude era evidente.
Mesmo passando por problemas de entrosamento e errando diversos tempos e letras das músicas, ainda existia intimidade dos atores com o público. E isto acontecia devido ao enorme carisma e talento esbanjado no palco. Contextos históricos das influências naquelas montagens também colaboraram, pois foram apresentados com clareza, como a história da personagem criada pelo engenheiro Alexandre Marcondes Machado: Baronelli, que era italiano e proporcionou as melhores risadas daquela noite, mesmo que tenham sido poucas.
Por fim, ainda houve tempo para duas homenagens a São Paulo, citando o nosso metrô e um clássico poema de Mário de Andrade musicado. Apesar dos diversos erros e das inúmeras repetições de cenas e canções, a mensagem foi transmitida, resumida na música de entrada e de despedida, entoada por todos no final: “Beba do samba, beba da chama também”.
Custos:
Transporte – R$ 0,00 (ida e volta a pé)
Total – R$ 0,00
Nota – 8
por Allan Brito
Um comentário:
Muito legal o blog, parabéns ;)
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