Pocket Show
Histórias, imagens, lugares passam pela cabeça ao ouvir Hurmold. É como se viajássemos pelos quadros de Van Gogh, belos e esquizofrênicos.
Reclinei confortavelmente na minha cadeira, assim como a maioria dos espectadores do teatro. Não era uma música virtuosística, ou para nos tirar do chão. Era um sentir-se bem com o som feito, sem grandes pensamentos, sem grandes ideologias; apenas tínhamos de deixar a música fluir. Em cada uma delas, mil pensamentos passavam pela mente.
O som da instrumental Hurtmold, em alguns momentos, lembra o de John Cage. Em outros, um Frank Zappa mais ameno. Mas nenhuma dessas definições pode plenamente rotular esta banda. Nem eles próprios sabem. Imagine um tipo de música instrumental sensitiva de toques minimalistas, por vezes atonal, com temas e estrutura de música popular.
Enquanto a cozinha (baixo e batera) dá o tema para a pintura, a percussão tempera, as guitarras com rifs estranhos vão confundindo a nossa cabeça e os sons esquisitos de teclado e escaleta terminam o trabalho de nos tirar do rumo normal de uma música.
Quem fechasse os olhos podia perceber de que modo ela estava sendo feita: era como se os instrumentistas procurassem, tateando no escuro, um elemento novo a cada instante para ser adicionado àquele quadro.
Show curto, de apenas cinqüenta minutos. E sem bis. Após o final, fui até o segundo subsolo conversar com os caras da banda. Perguntei quais seriam as principais influências, quais os artistas prediletos, em quem se inspiram. A resposta: ninguém em especial. Segundo eles, se juntam para fazer música e só. Não conversam sobre estilos, apenas sobre o som.
Sobre o fato de o show ter sido tão pequeno, a resposta foi estranha. Falaram que, por ser uma música instrumental e não totalmente “comum”, uma apresentação de cinqüenta minutos estava de ótimo tamanho; como quem diz que as pessoas não agüentariam mais do que isso. Porém, não foi isso que ouviu-se na saída do show. As pessoas adoraram, e muitos se perguntavam ao final sobre o porque dele ter acabado tão cedo. Adoraram e queriam mais, só se esqueceram de pedir bis.
Custos – nada (fui a pé)
Nota – 8,5
Set List –
1.Smootz da police – 2.Rejeira – 3.Sova – 4.Amansa louco – 5.Sapers – 6.Medley com Mestro e Música política para Maradona cantar
Banda -
Fernando Gappi – bateria
Guilherme Granado – teclado, vibrafone e trompete
Marcos Gerez – baixo
Mário Cappi – guitarra
Maurício Takara – bateria, vibrafone e trompete
Rogério Martins – percussão e clarinete
Histórias, imagens, lugares passam pela cabeça ao ouvir Hurmold. É como se viajássemos pelos quadros de Van Gogh, belos e esquizofrênicos.
Reclinei confortavelmente na minha cadeira, assim como a maioria dos espectadores do teatro. Não era uma música virtuosística, ou para nos tirar do chão. Era um sentir-se bem com o som feito, sem grandes pensamentos, sem grandes ideologias; apenas tínhamos de deixar a música fluir. Em cada uma delas, mil pensamentos passavam pela mente.
O som da instrumental Hurtmold, em alguns momentos, lembra o de John Cage. Em outros, um Frank Zappa mais ameno. Mas nenhuma dessas definições pode plenamente rotular esta banda. Nem eles próprios sabem. Imagine um tipo de música instrumental sensitiva de toques minimalistas, por vezes atonal, com temas e estrutura de música popular.
Enquanto a cozinha (baixo e batera) dá o tema para a pintura, a percussão tempera, as guitarras com rifs estranhos vão confundindo a nossa cabeça e os sons esquisitos de teclado e escaleta terminam o trabalho de nos tirar do rumo normal de uma música.
Quem fechasse os olhos podia perceber de que modo ela estava sendo feita: era como se os instrumentistas procurassem, tateando no escuro, um elemento novo a cada instante para ser adicionado àquele quadro.
Show curto, de apenas cinqüenta minutos. E sem bis. Após o final, fui até o segundo subsolo conversar com os caras da banda. Perguntei quais seriam as principais influências, quais os artistas prediletos, em quem se inspiram. A resposta: ninguém em especial. Segundo eles, se juntam para fazer música e só. Não conversam sobre estilos, apenas sobre o som.
Sobre o fato de o show ter sido tão pequeno, a resposta foi estranha. Falaram que, por ser uma música instrumental e não totalmente “comum”, uma apresentação de cinqüenta minutos estava de ótimo tamanho; como quem diz que as pessoas não agüentariam mais do que isso. Porém, não foi isso que ouviu-se na saída do show. As pessoas adoraram, e muitos se perguntavam ao final sobre o porque dele ter acabado tão cedo. Adoraram e queriam mais, só se esqueceram de pedir bis.
Custos – nada (fui a pé)
Nota – 8,5
Set List –
1.Smootz da police – 2.Rejeira – 3.Sova – 4.Amansa louco – 5.Sapers – 6.Medley com Mestro e Música política para Maradona cantar
Banda -
Fernando Gappi – bateria
Guilherme Granado – teclado, vibrafone e trompete
Marcos Gerez – baixo
Mário Cappi – guitarra
Maurício Takara – bateria, vibrafone e trompete
Rogério Martins – percussão e clarinete
(Clique nas fotos para ampliá-las. Imagens feitas pela fotógrafa Flávia Salvador exclusivamente para o ARTE FREE)
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