8.7.06

Volpi e Abellardo Morell no MAM - 07/07/06

No último feriado de Corpus Christi decidi ir conferir a exposição do fotográfo cubano Abellardo Morell no Parque do Ibirapuera. Fui sem saber do que se tratava exatamente, mas como aprendiz de fotógrafa achei que poderia ser interessante.

Chegando no MAM, a primeira surpresa foi perceber que também havia uma exposição do Volpi, que acabei visitando primeiro. A mostra seguia uma ordem cronológica, com, inclusive, algumas obras nunca antes expostas no Brasil. As primeiras mostravam um esboço do que viria a ser o estilo de Volpi, algumas paisagens em Itanhaém pintadas com cores fortes e em telas de tamanho reduzido. Conforme se prosseguia na exposição o estilo e as tão famosas bandeirinhas de Volpi iam se delineando, primeiro tímidas em algumas fachadas ou retratos de festas populares e depois se tornando tema central do quadro, até que estes só continham as tais bandeirinhas. Ou não. O interessante de observar os quadros do Volpi é notar o modo como ele trabalha com as cores das bandeirinhas e do fundo, há um certo momento que não se sabe mais o que é a bandeirinha e o que é fundo, tudo depende do ponto de vista. Os recortes de cores, formando setas e bandeiras, o uso de cores como roxo ou azul sem deixar o quadro melancólico são outros traços marcantes da pintura volpiana. Também estavam expostos quadros onde as bandeiras lembravam barcos e suas velas, sugerindo um inesperado movimento conseguido através de linhas retas.

Depois de ver a exposição do Volpi fui ver o que primeiramente havia me atraído até o parque do Ibirapuera num feriado, além da frustrada expectativa de aprender a andar de bicicleta: a exposição “Visão Revelada: Seleções da obra de Abellardo Morell”. Fantástica. Fui esperando algo mais ou menos no estilo Sebastião Salgado de fotografia engajada – visão talvez preconceituosa por se tratar de um fotógrafo cubano. Abellardo, cubano radicado em Nova York é um fotografo que eu classificaria como surrealista. Sua técnica mais impressionante consiste em tapar uma janela com um plático preto deixando apenas uma pequena quantidade de luz entrar no quarto, e expor o filme por períodos de até 8 horas. O efeito conseguido é uma fotografia de um quarto com objetos normais como camas, sofás, mesas e na parede uma paisagem de como a Times Square ou o Empire State Building de ponta-cabeça.

O fotógrafo também trabalha fotos de livros e recortes e colagens de suas ilustrações, formando assim, uma fotografia da história que o livro conta. Entre as histórias fotografadas a que melhor se encaixa na proposta do fotógrafo, na minha opinião, é Alice no País das Maravilhas, a história fica ainda mais surreal quando contada através das lentes de Morell. Saí de lá impressionada com o talento e criatividade desse artista fotográfico e contente por ser surpreendida por uma exposição do Volpi.

Depois das exposições e de uma caminhada pelo parque, nada melhor do que aproveitar o resto do feriado para estender a canga na grama e tirar um cochilo com uma boa companhia num fim de tarde no Ibira.

OBS: As exposições visitadas nessa matéria já foram encerradas, mas é bom lembrar que no MAM sempre tem exposições bem bacanas de graça. Para mais informações sobre essas, passadas ou futuras exposições o site do MAM é
http://www.mam.org.br/ .

Curadoria da Exposição “Volpi: A música da cor”: Olívio Tavares de Araújo
Curadoria da Exposição “Visão Revelada”: Elizabeth Cerejido

Nota: Volpi – 9
Abellardo Morell – 10

Custos: 1 real de ônibus na ida+ 2 reais por um pastel + 1,50 por um milho-verde + 1 real de ônibus para a volta. Total: 5,50

2 comentários:

Anônimo disse...

seja bem vinda à trupe! parabéns pela matéria! precisamos nos reunir todos, hein! abraço

Juninho... disse...

Oi Helô, otimo texto ...

sou amigo do Luciano de longas datas ... ele me indicou aki e vcs estão fazendo um otimo trabalho ...

Parabéns ...

PS. se vcs quiserem um template bacana para o blog eu faço para vcs e nem cobro nada okay ??/

Beijokas!