O valor do carisma
É impressionante o que a presença de palco faz com um show. Eram apenas quatro, sem instrumentos para ocupar espaço. No meio, Thaíde, famoso MC (Mestre de Cerimônias) precursor do hip-hop nacional (junto com o Dj Hum). Formando um “V” a la Power Rangers, GTA e Jubarte, outros dois MC´s que faziam apenas uma voz de fundo. E por falar em fundo, no fundo, não tão no fundo, o DJ Spaiq, e sua roupa azul, que mais parecia um pijama.
Show pontual, auditório nem lotado nem vazio. Mas bastou o MC “entrar na área” para a platéia se animar – e muito. Um cara relativamente baixinho, e muito engraçado, que até fez com que todos se levantassem das cadeiras confortáveis do auditório para pular, repetir o refrão das músicas e balançar a mão enquanto ele rimava.
Thaíde realmente me impressionou. Acho que preciso rever meus conceitos sobre o rap e o hip-hop, porque a qualidade do show, quase sem produção, foi impressionante. A apresentação teve até direito a um medley com suas músicas antigas.
Dj Spaiq – é, é assim que se escreve mesmo - deitou e rolou nas pick-ups, e tirou sons oriundos de lugares nunca dantes visitados pelos tímpanos humanos. Pelo menos os meus. Apesar de ainda achar que o rap está mais para a poesia do que está para a música, eu até balancei as pernas no ritmo da batida e dos “scratchs”. Mas não, não tive coragem de balançar o braço. Um ponto fraco é que achei o espetáculo um tanto quanto curto. Não sei se foi porque realmente foi ou porque foi tão legal que nem vi o tempo passar.
Simpatissíssimo, o rapper, MC, ou como quiserem chamar, até chamou um homem no palco para tirar foto do conjunto, e praticamente arrancou o produtor para cantar uma música com ele. Cheio de rimas inteligentes, saindo da mesmice de rimar particípios e gerúndios, e com uma crítica de resistência ao sistema, Thaíde mostrou a qualidade de sua música. Uma poesia que prega o respeito, paz, dá conselhos, enfim, muito saudável.
Para finalizar, peço permissão ao meu caro amigo Luciano para fazer uso de sua personagem: a moça das maracas. Sim, ela veio ao show para enfernizar o público, mas, dessa vez, com palmas e gritos muito estranhos. Mas teve um atenuante. Ela dormiu no meio do show. Acordou antes de acabar, bateu mais um pouco de palmas, deu mais alguns urros e foi embora. Me arrependi de ter feito graça e pedir um cigarro à ela antes de começar o show (o Luciano, que foi comigo, havia me mostrado a pessoa). Ela me deu três e me mandou fumar todos acendendo um no outro. Fiquei com medo.
Thaíde no Sesi foi:
MC Thaíde
MC GTA – backing vocals
MC JUBARTE – backing vocals
DJ Spaiq – pick-up´s, samples, e outros apetrechos eletrônicos
Débito:
Ônibus para ir e carona para voltar – 2 reais
Quesito show:
presença de palco - 10
som - 10
produção - 5
luz - 7
média - 8
3 comentários:
Vc é um cara que definitivamente não sabe nada de música tentando se passar por critico musical. já não basta a porcia e falta de informação sobre o Violeta
uiia
nao sabia se podia comentar aki ...
mais o blog eh fantastico ...
eh tdu q eu sempre pensei ...
trantando-se d arte, informaçao, e cultura ... eu so contra a "comercializaçao".
kras vcs escrevem mt bem !
adorei ...
visitarei esse racanto de ideias sempre, se puder eh logico !!
valew ... abraço pra vcs !!!
flow
ae cara!
tua matéria tá muito boa. Realmente o Thaíde me surpreendeu, o cara fez um show animal
abs
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