Reflexo incômodo
Em meio a uma convulsão nacional e começo de abertura política, artistas na década de oitenta desenvolveram no país a chamada Stencil Art, que misturava os grafites do metrô de Nova Iorque com as pichações-manifesto de Paris. É a Pop Art combinada com frases curtas e ácidas, expostas em muros e outros locais públicos.
A mostra que está agora na Casa das Rosas exibe um pedaço do que melhor aconteceu neste período em que a arte descobria novos caminhos, com formas mais diretas de expressar seu descontentamento. Stencil Art é uma maneira de desconcertar o tradicional, atacar de um jeito quase nada sutil o público, e fazê-lo refletir sobre os problemas urbanos e sobre sua própria existência.
Não há como ficar neutro às provocações dos artistas da Stencil Art. Como esconder o riso quase nervoso depois de, por exemplo, ler o texto de Paulo Leminski para o desenho de Ozéas Duarte? “Nem todo mundo é burro como você pensa. Pensa: nem todo mundo é burro como você”. Se o público gosta? Adora. O grande número de pessoas que visita o espaço - a maioria jovem - demonstra que, tal como os fãs de Antônio Abujamra, as pessoas adoram uma provocação.
Alguns artistas e escritores que se destacam no cenário cultural brasileiro fizeram parte dessa geração, como Fernando Meirelles e Alice Ruiz. Apesar de importante, a Stencil Art não teve continuidade no país, já que os artistas enveredaram por outros rumos em seus mais variados estilos, deixando de lado esta manifestação urbana.
A Stencil Art é a Arte Free por excelência. Uma arte que não encontra barreiras para ser exposta, muito pelo contrário, vai encontrar o público em seus locais de passagem, quase como se encostasse as pessoas na parede para tentar discutir com elas os problemas sociais que dizem respeito a todos.
A Stencil Art é a Arte Free por excelência. Uma arte que não encontra barreiras para ser exposta, muito pelo contrário, vai encontrar o público em seus locais de passagem, quase como se encostasse as pessoas na parede para tentar discutir com elas os problemas sociais que dizem respeito a todos.
Uma cadeira velha no meio de uma sala decadente. Grafites e pinturas fazem dela um ser vivo em meio a um limbo, quase como uma alternativa, um fio de esperança, para caos paulistano. Para quem vive na metrópole, fica claro: não há como fugir do urbano, da fumaça, do cinza.
Então, em vez de tentar transformar São Paulo num Ibirapuera, como é o sonho parnasiano de muitos, estes artistas usaram o que a cidade oferece; sua correria, sua face pop, seus tons de cinza, sua beleza nada ordenada. O resultado é um trabalho belo e estranho. Por que a Stencil Art incomoda tanto? Porque é como um espelho que temos medo de olhar.
Custos
Cafezinho - R$ 0,70
Transporte – nada (fui e voltei a pé)
Total – R$ 0,70
Nota – 8,5
(Clique nas fotos para vê-las ampliadas. Todas as imagens desta matéria são propriedade exclusiva do Arte Free)
6 comentários:
falaaaaaaaaaa picca!
saudades suas menino!
seu blog pra variar, tá sempre mto bonito, oadoro ver as fotos. To sempre or aqui, mas ficar comentando cada post vai ficar meio repetitivo...
férias tão no fiimmmm shit!
love ya baby!
fala mermão
cara recebi esse blog no orkut e resolvi entrar...
d-u c-a-r-a-l-h-o!!!! mto bom mesmo
"quem não tem dinheiro se vira com arte"
as aulas já estão ai e agente se fala, mas antes vou passar na casa das rosas
abraço
henrique vannucci (da história)
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Olá! Sou o responsável pelo Sprays Poéticos...valeu pela matéria! Uma correçãozinha, o poema 'Nem todo mundo é burro como você pensa' é meu, não do Leminski, mas a culpa é toda nossa! é que o catálogo saiu com essa informação errada, certamente foi lá que você leu. Desculpas!
abraço, Rica P
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